Moçambique repara estragos após passagem de ciclone, que desabrigou milhares
Eloíse, que atravessou a região central da Beira, no fim de semana, causou pelo menos seis mortes, feriu 12 pessoas e obrigou 8 mil a saírem de suas casas; agências da ONU iniciaram resposta humanitária em apoio às autoridades locais.
O ciclone tropical Eloíse*, que atingiu a região central de Moçambique, afetou pelo menos 176 mil pessoas. Com ventos de até 160km/h, ele chegou à cidade da Beira matando pelo menos seis pessoas e ferindo 12.
Agências das Nações Unidas se deslocaram ao terreno antes do fim de semana, quando a tempestade saiu do país vizinho Zimbábue a caminho de Moçambique. Pelo menos 8 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas e 5 mil foram evacuadas para abrigos improvisados.
Danos
Eloíse passou pela costa de Sofala no sábado tendo como epicentro o distrito de Búzi. Essa é mesma região de uma outra tempestade, Chalane, que atravessou a área há menos de um mês. A área já havia sido atingida em 2019 pelo ciclone Idai que devastou o local.
Desta vez, foram criados 28 centros de acomodação, a maior parte em Sofala, onde 26 estão acolhendo 8.149 pessoas. Dois centros na província de Manica receberam 214 pessoas.
Mais de 2 mil casas foram destruídas e 5 mil parcialmente danificadas. A infraestrutura pública também foi afetada, com 26 unidades hospitalares e 37 estradas danificadas.
Além disso, 160 salas de aula sofreram danos e 142 mil hectares de lavouras estão inundados.
Nações Unidas
Várias agências das Nações Unidas incluindo Unicef e o Programa Mundial de Alimentos, PMS, estão cooperando com o governo para avaliar os danos e coordenar a resposta humanitária.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, por exemplo, está no bairro da Praia Nova, na cidade da Beira, um dos mais afetados.
No Twitter, a agência destacou abrigo, água, cuidados médicos e proteção de crianças contra abuso e exploração como as necessidades mais imediatas.
Linha Verde
Já o Programa Mundial de Alimentos, PMA, está apoiando a linha de emergência do centro de operações nacionais.
A Linha Verde recebeu 312 chamadas desde o início do desastre natural. Duas mensagens escritas de prevenção foram enviadas a quase 14 mil números nas províncias afetadas.
A agência afirmou ainda que “está preparada para distribuir alimentos para os mais necessitados.”
O Pnud está no terreno com o governo e outros parceiros avaliando os danos em áreas afetadas. Segundo a agência, “eventos climáticos extremos estão aumentando em Moçambique” e “soluções sustentáveis inclusivas são as mais necessárias para adaptação ao clima.”
*Com reportagem de Ouri Pota, correspondente da ONU News em Maputo, Moçambique.