Jordânia é um dos primeiros países a vacinar refugiados contra Covid-19
Segundo Agência da ONU para Refugiados, das 90 nações com estratégias de vacinação, mais da metade se comprometeu a imunizar refugiados; chefe do Acnur diz que isso é necessário para manter todos seguros.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, informou que a Jordânia se tornou um dos primeiros países do mundo a iniciar a vacinação contra a Covid-19 para refugiados.
Segundo a agência, das 90 nações com estratégias de vacinação contra o novo coronavírus, 51 se comprometeram a incluir refugiados, mais da metade.
Exemplo
Raia Alkabasi, uma refugiada iraquiana que vive na cidade de Irbid, no norte da Jordânia, foi a primeira a receber a vacina na Clínica de Irbid na semana passada.
Em comunicado, o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que “mais uma vez, a Jordânia demonstrou liderança exemplar e solidariedade.”
Segundo ele, “o país inseriu os refugiados em todos os aspectos da resposta de saúde pública à pandemia, incluindo a campanha nacional de vacinação” para manter todos seguros.
O chefe do Acnur apelou aos países que sigam esse exemplo, incluindo os refugiados em suas campanhas de vacinação em pé de igualdade.
Importância
O Acnur tem defendido a inclusão de refugiados, deslocados internos e apátridas através da Covax, a iniciativa global que reúne governos e fabricantes para que as vacinas cheguem aos mais necessitados. Os países de rendas baixa a média são prioridade desse apoio.
Segundo Grandi, “a maioria dos refugiados do mundo está hospedada em países de baixa e média rendas.” Ele disse que “a comunidade internacional deve fazer mais para apoiar os governos anfitriões com acesso às vacinas” porque “o acesso global e equitativo é o que acabará por proteger vidas e conter a pandemia.”
Como parte do plano nacional da Jordânia, iniciado na semana passada, qualquer pessoa que viva no país tem o direito de receber a vacina gratuitamente.
Cooperação
A cooperação entre o Acnur e o Ministério da Saúde jordaniano bem como a forte adesão dos refugiados às medidas de prevenção, tem sido fundamental para limitar a disseminação do vírus entre essas populações vulneráveis.
Desde que o primeiro caso foi confirmado entre refugiados na Jordânia em setembro do ano passado, foram detectados mais 1.928 casos.
A proporção de refugiados com Covid-19 também permaneceu baixa, cerca de 1,6%, em comparação com 3% entre a população jordaniana em geral.
O Acnur não está comprando vacinas, mas apoia os países de acolhimento de refugiados com outras intervenções de resposta, como medidas de saneamento, higiene e suporte logístico.