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Especialistas chegam à China esta semana para investigar origens da Covid-19  BR

Cidade de Wuhan, na China, onde o vírus surgiu no final de 2019
Li Ziwei, 2020
Cidade de Wuhan, na China, onde o vírus surgiu no final de 2019

Especialistas chegam à China esta semana para investigar origens da Covid-19 

Saúde

Cientistas de 12 países atuarão com profissionais chineses na cidade de Wuhan, onde o vírus for detectado em dezembro de 2019; OMS está cooperando com laboratórios na Índia e na China para aprovar mais vacinas; nova variante foi notificada pelo Japão.  

Uma equipe internacional de especialistas, liderada pela Organização Mundial de Saúde, OMS, deve chegar à China nesta quinta-feira para uma investigação sobre as origens da pandemia de Covid-19. 

A equipe inclui cientistas de 12 países* entre eles: Austrália, Quênia, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos que atuarão com especialistas chineses. 

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Populações em risco estão recebendo as primeiras vacinas, Universidade de Oxford/John Cairns

Investigação 

Falando a jornalistas, em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que os estudos começarão na cidade de Wuhan, onde a doença surgiu em dezembro de 2019 “para identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos.” 

Tedros acredita que “a evidência científica conduzirá a hipóteses, que serão a base para estudos adicionais de longo prazo." 

Segundo ele, esse trabalho "é importante não apenas para a Covid-19, mas para o futuro da segurança da saúde global” no gerenciamento de doenças emergentes com potencial pandêmico. 

Na semana passada, o chefe da OMS expressou decepção com os atrasos na viagem porque a China ainda não havia autorizado a entrada da equipe.  E alguns cientistas já estavam a caminho sem saber se poderiam fazer o trabalho. 

Vacinas 

Tedros Ghebreyesus também falou da atuação da OMS para aprovar mais vacinas contra a pandemia.  

Japão notificou nova variante da Covid-19 no fim-de-semana
Japão notificou nova variante da Covid-19 no fim-de-semana, by Unsplash/Jazael Melgoza

Uma outra equipe já está na China com os produtores das vacinas Sinovac e Sinopharm para saber se elas atendem aos padrões de qualidade e segurança.  

A agência também aguarda os dados do Instituto Serum, na Índia, sobre a imunização do laboratório AstraZeneca para decidir se pode ser recomendada para uso internacional.  

Tedros repetiu que "salvar vidas, meios de subsistência e economias depende de um acordo global para evitar o nacionalismo de vacinas." 

Variantes 

A OMS segue acompanhando as mutações do vírus. No fim de semana, a agência foi notificada pelo Japão sobre uma variante. 

Quanto mais o vírus se espalha, maior a chance de novas alterações. Além disso, a transmissibilidade de algumas variantes parece estar subindo.  

Tedros disse que “isso pode levar a um aumento de casos e hospitalizações, o que é altamente problemático” para trabalhadores da saúde e hospitais já sobrecarregados.  

Apesar dessas dificuldades, ele disse que, no momento, as variantes não parecem mostrar aumento da gravidade da doença.  

 

*Os 12 países da Missão da OMS são: Austrália, Dinamarca, Alemanha, Quênia, Japão, Holanda, Qatar, Rússia, Sudão, Reino Unido, Estados Unidos da América e Vietnã