Especialista pede fim de sanções dos EUA à Síria para permitir reconstrução
Relatora diz que economia do país árabe já está bastante afetada pelo conflito, que começou em 2011; segundo Alena Douhan, sanções americanas são as maiores já aplicadas contra a Síria.
A especialista em direitos humanos da ONU*, Alena Douhan, pediu aos Estados Unidos que suspendam sanções contra a Síria, o que segundo ela dificulta a reconstrução do país. A infraestrutura foi destruída pelos combates entre forças da oposição e tropas do governo.
Em comunicado, Alena Douhan afirmou que “as sanções violam os direitos humanos do povo”. O conflito sírio começou em 2011.
Reconstrução
Douhan é relatora especial da ONU sobre o impacto negativo de medidas coercivas unilaterais sobre os direitos humanos. Segundo ela, “o conflito e a violência já tiveram um impacto terrível”, danificando casas, unidades médicas, escolas e outras instalações.
A nova legislação, conhecida como Lei César, entrou em vigor em junho e contém as sanções mais abrangentes dos Estados Unidos contra a Síria.
Estrangeiros ajudando na reconstrução do país e até mesmo funcionários de empresas estrangeiras e agentes humanitários podem ser afetados.
A especialista disse que está preocupada com o agravamento da situação principalmente durante a pandemia.
População
Ao anunciar as primeiras sanções, o governo americano disse que elas não eram contra a população, mas para a relatora, “a aplicação da lei pode piorar a crise humanitária, privando o povo sírio da chance de reconstruir sua infraestrutura básica.”
Para Alena Douhan, o mais alarmante “é a forma como as medidas atacam os direitos humanos, incluindo os direitos à moradia, saúde e um padrão de vida e desenvolvimento adequados.” Ela disse ainda que “o governo dos Estados Unidos não devem criar obstáculos à reconstrução de hospitais porque a falta de assistência médica ameaça o próprio direito à vida.”
Ajuda humanitária
Pelas novas sanções, o Tesouro dos Estados Unidos aponta o Banco Central da Síria sob suspeita de lavagem de dinheiro.
Para a especialista, isso “claramente cria obstáculos desnecessários no processamento da ajuda externa e no manejo das importações humanitárias.”
Douhan diz quando as pessoas são forçadas a viver em circunstâncias degradantes e desumanas, isso pode “afetar sua integridade física e mental e, em algumas circunstâncias, equivale a um tratamento cruel, desumano ou degradante.”
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário por sua atuação.