Agência da ONU reforça projeto de energia solar e água para famílias africanas
Famílias aldeãs do Maláui e Somália terão mais acesso aos serviços; agência realça oportunidade de contribuir para solução específica e tangível em áreas remotas; beneficiários serão responsáveis pela manutenção do sistema.
O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fida, promove uma ação de financiamento coletivo para oferecer a famílias africanas com o acesso à água através de um sistema de energia solar.
Até 15 de janeiro, a iniciativa usando o método conhecido por crowdfunding, recolherá ofertas para a Somália e o Maláui. A ação é considerada “rápida e eficaz para mobilizar fundos para que estes produtos cheguem aos que precisam.”
Irrigação
Para o diretor do Fida no Maláui, Ambrósio Barros, combater a pobreza extrema às vezes pode parecer difícil, mas ele apontou “tecnologias incrivelmente simples e eficazes que podem mudar a vida das pessoas vivendo em lugares mais remotos”.
Como parte do projeto-piloto, a agência capacita ONGs africanas para arrecadar fundos por meio do crowdfunding incentivando iniciativas de irrigação movidas por energia solar no Maláui e de água purificada para a Somália.
A plataforma GlobalGiving é parceira da campanha que promove a “sustentabilidade de longo prazo de iniciativas de alto impacto.”
As estimativas indicam que 30% dos habitantes da Somália não têm acesso a água potável. Com isso elas ficam vulneráveis a doenças fatais. A campanha pretende que 2,4 mil somalis se beneficiem de um sistema energia solar móvel que purificará a água e distribuirá energia sem impacto ambiental.
Manutenção
Mais de 3 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar este ano no Maláui, país onde um terço de crianças com menos de cinco anos enfrenta a desnutrição crônica.
Com as adversidades do clima, um sistema de irrigação solar fornecerá água para 30 famílias de agricultores em 12 aldeias vizinhas. Eles usarão e farão a manutenção do sistema.
Barros disse que o financiamento coletivo é uma “alternativa muito estimulante de mobilizar finanças”, porque poderia ser usado para reforçar o empreendedorismo nos países e de canal para arrecadar fundos para soluções locais para os desafios.
O processo ajuda a impulsionar a inovação e a aumentar a consciência pública sobre vários problemas que a população rural enfrenta, além da oportunidade de contribuir para o financiamento de uma solução específica e tangível.”
Plataformas
O financiamento coletivo seguiu-se à crise financeira de 2008, quando empresários enfrentavam dificuldades para levantar fundos. Eles recorreram à internet para acessar a doações feitas por grupos de pessoas.
Em 2017, US$ 65 bilhões foram arrecadados em plataformas globais de crowdfunding. A tendência de usar o financiamento coletivo para mobilizar financiamento tem aumentado em países em desenvolvimento.
Estimativas do Banco Mundial revelam que contribuindo com pequenas quantias, as famílias dessas economias poderiam aplicar até US$ 96 bilhões por ano em investimentos até 2025.