Acnur marca aniversário de 70 anos com apelo contra deslocamentos forçados BR

Agência informa que 79,8 milhões de pessoas fugiram de suas casas por perseguição, violência ou emergências; candidatos a asilo e apátridas estão em 135 países com 17.324 funcionários.
Neste 14 de dezembro, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, marca 70 anos de existência. Foi nesta data, em 1950, que a Assembleia Geral da ONU adotou o Estatuto do Escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.
Refugiados, deslocados, candidatos a asilo e apátridas são o escopo principal da agência que no mesmo dia teve adotado o projeto de Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados. O documento foi finalizado e preparado para assinatura em julho de 1951.
A agência destaca ainda a situação dos venezuelanos, que têm 3,6 milhões de seus cidadãos fora do país, a coragem e as contribuições dos trabalhadores em todo o mundo. O momento sugere uma reflexão sobre a atuação para ganhar inspiração para o futuro.
O mundo tem 79,8 milhões de pessoas forçadas a deixar suas áreas de origem. Deste número, 26 milhões são refugiados e outros 45,7 milhões deslocados internos. Estima-se que 4,2 milhões buscam asilo em vários países.
A agência destaca ainda a situação dos venezuelanos, que têm 3,6 milhões de seus cidadãos fora do país.
Em artigo de opinião, o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, realça o orgulho pelo trabalho da agência, mas enfatiza que a alta de refugiados e deslocados a cada ano, faz com que o aniversário não seja motivo de comemoração.
O chefe do Acnur disse que o desafio dos líderes mundiais é que ajudem o Acnur a acabar com o deslocamento forçado e que os serviços da agência se tornem irrelevantes.
Grandi esclarece que, na atual situação, o trabalho do Acnur é crucial, mas o paradoxo é que isso não deveria existir. Ele afirmou que uma análise de vários outros aniversários leva à única conclusão de que nesse aspeto “a comunidade internacional fracassou”.
Para Grandi, se os fatores que levam ao deslocamento fossem resolvidos em apenas alguns países, milhões de refugiados e deslocados poderiam voltar para casa.
O chefe da agência realça que esse seria sim um bom começo e razão para que todos pudessem realmente celebrar. O Acnur atua com 17.324 funcionários, 90% deles trabalhando no terreno em 135 países.