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Cúpula da Ambição do Clima reúne 77 líderes mundiais e dezenas de empresários  BR

O chefe da ONU afirmou ainda que a organização tem orgulho de se juntar à Hora do Planeta
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O chefe da ONU afirmou ainda que a organização tem orgulho de se juntar à Hora do Planeta

Cúpula da Ambição do Clima reúne 77 líderes mundiais e dezenas de empresários 

Clima e Meio Ambiente

Chefes de Estado e de governo juntam-se a líderes empresariais em evento virtual; ONU, Reino Unido, França, Itália e Chile organizam reunião que deve anunciar novos compromissos; primeiro-ministro de Portugal será um dos oradores.  

A Cúpula da Ambição do Clima reúne este sábado os líderes climáticos considerados “mais ambiciosos do mundo”, entre governos, empresas e sociedade civil.  

O propósito do evento marcando o quinto aniversário do Acordo de Paris é ajudar a cumprir as metas estabelecidas em 12 de dezembro de 2015. As Nações Unidas, o Reino Unido e a França são os coanfitriões da reunião. 

Participantes 

Entre cerca de 77 chefes de Estado e de governo estarão o secretário-geral da ONU, António Guterres, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente chileno, Sebastián Piñera e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. 

Dentre os países lusófonos falará o primeiro-ministro de Portugal, António Costa. 

Segundo a ONU, o evento virtual “é um passo monumental” no caminho para a COP 26, que acontece em novembro do próximo ano em Glasgow, no Reino Unido. 

ONU
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Importância 

O encontro acontece em momento de resposta à pandemia de Covid-19, mas segundo a ONU a ciência é mais urgente do que nunca. A organização incentiva os países a limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC.  

Segundo as Nações Unidas, o mundo sabe que “a mudança climática não vai esperar”. A recomendação é “agir agora, em conjunto, pelo planeta, para que possa recuperar melhor.” 

Durante o evento, os países estabelecerão “novos e ambiciosos compromissos” sob os três pilares do Acordo de Paris: mitigação, adaptação e compromissos financeiros. Não haverá espaço para declarações gerais na reunião, de acordo com os organizadores. 

Esses compromissos devem assumir a forma de novas Contribuições Determinadas Nacionalmente e Estratégias de Longo Prazo, estabelecendo um caminho para emissões líquidas zero. 

A ONU também pede compromissos de financiamento para apoiar os mais vulneráveis, planos e políticas de adaptação ambiciosos. Essas medidas devem estimular uma recuperação ecológica e resiliente da pandemia.  

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Oportunidade  

Em artigo de opinião publicado nas vésperas do evento, o secretário-geral afirmou que “está a formar-se um prometedor movimento em prol da neutralidade carbónica.” 

No próximo mês, países que representam mais de 65% dos gases de efeito estufa prejudiciais, e mais de 70% da economia mundial, terão assumido o compromisso de atingir emissões líquidas zero até meados do século. 

Guterres contou que, ao mesmo tempo, “os principais indicadores climáticos estão a piorar.” Embora a Covid-19 tenha reduzido temporariamente as emissões, os níveis de dióxido de carbono continuam a atingir níveis recordes e até a aumentar.  

Para o secretário-geral, o próximo ano “oferece um enorme leque de oportunidades para enfrentar as emergências planetárias, através das grandes conferências das Nações Unidas e outras iniciativas no âmbito da biodiversidade, dos oceanos, dos transportes, das energias, das cidades e dos sistemas alimentares.” 

Segundo António Guterres, “com as decisões de hoje a definirem o rumo das próximas décadas, deve se fazer com que a recuperação da pandemia e a ação climática sejam duas faces da mesma moeda.”