Boinas-azuis se despedem da Unifil após Brasil sair da missão de paz no Líbano BR

Cerca de 200 brasileiros devem chegar à casa em janeiro; cerimônia nesta quarta-feira encerrou presença de quase 10 anos no país árabe; comandante da fragata contou como brasileiros venceram desafios neste último sano após a Covid-19 e a explosão no porto de Beirute.
Nesta quarta-feira, 200 integrantes do contingente brasileiro da Missão das Nações Unidas no Líbano*, Unifil, foram homenageados em cerimônia de despedida da nação árabe. Os boinas-azuis já começaram o caminho de volta à casa, esperada para janeiro.
Com isso, chegam ao fim as operações da Fragata Independência, com o navio Capitânia.
Durante quase 10 anos de operação, o Brasil ocupou o comando da Força-Tarefa Marítima, FTM, e participou da estrutura e da força da operação internacional composta por 15 países.
Agora, militares de Bangladesh, Alemanha, Grécia, Indonésia e Turquia se encarregarão das tarefas no mar, com cinco navios e cerca de 800 marinheiros.
A Força-Tarefa Marítima, FTM, ajuda o Líbano a prevenir a entrada não autorizada de armas ou material relacionado por mar. Também apoia o país no aumento das próprias forças navais para controlar e proteger as águas territoriais.
Ações como treinamentos e exercícios coordenados com a Marinha das Forças Armadas Libanesas foram realizadas para prepará-las para ficar a atuar em favor da segurança marítima, protegendo a soberania e apoiando o investimento econômico.
No fim da operação, o contra-almirante brasileiro Sérgio Renato Berna Salgueirinho, realçou o momento histórico. Ele citou a ação do Brasil na Unifil contribuindo diretamente como parte da operação da ONU.
“Desde o início de março se preparou para essa missão por mais de seis meses. Conseguiu atingir excelentes resultados. Contribuiu para a operação de paz Unifil e para manter a estabilidade e a paz aqui, especialmente para o comandante da força-tarefa e o seu Estado-maior embarcado. O navio proveu toda a logística necessária para essa operação.”
O navio Capitânia permitiu facilitar a atuação do comandante da Força-Tarefa Marítima próximo do campo de ação.
Em tempo de pandemia, o comandante destacou um ano muito desafiador marcado por eventos inéditos simultâneos. A situação aumentou as dificuldades interferindo no funcionamento do navio.
“Nós tivemos uma pandemia de Covid dentro da tripulação do navio. Houve necessidade de apoio e foi fundamental a equipe médica da Unifil e toda a missão de uma maneira geral. Nós precisámos evacuar a população do navio e acomodar toda ela na sede da Unifil. Isso foi fundamental. Foi uma estratégia que deu certo, e nós conseguimos quebrar a cadeia de transmissão do vírus.”
Mas a Covid-19 levou a força a criar uma estrutura e operação para interceptar e suspender a corrente de transmissão dentro do navio. E em finais de outubro, a embarcação voltou a operar.
*Reportagem: Unifil.