Comunidades são cruciais no combate à Covid-19, diz Unfpa na Guiné-Bissau BR

Agência da ONU realizou estudo sobre o comportamento dos guineenses durante a pandemia e pediu a grávidas que continuem com tratamento pré-natal e ignorem rumores sobre o novo coronavírus.
O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa realizou um estudo para permitir o Alto Comissariado da Guiné-Bissau para a Luta Contra Covid-19 compreender o comportamento dos guineenses em relação à pandemia.
O resultado da pesquisa permite à agência definir uma estratégia de comunicação que visa mudar o comportamento das pessoas face à doença.
O estudo analisa a questão de proteção, procura perceber por que o uso de máscaras não é generalizado na sociedade guineense e o que é preciso fazer para inverter a tendência.
A pesquisa também quer entender o motivo de o distanciamento físico não ser bem acolhido pelas pessoas.
As respostas indicam que o nível de conhecimento sobre a Covid-19 é “bom” apesar de existirem muitos boatos sobre a pandemia.
Com base nas respostas, os autores propuseram a criação de mensagens claras sobre a importância do distanciamento físico sobretudo no corte da cadeia de transmissão do vírus.
O representante do Unfpa no país, Cheikh Fall, realçou a importância do uso de canais comunitários na luta contra a pandemia.
Falando em francês, à ONU News em Bissau, Fall contou que o estudo mostrou igualmente que a transmissão comunitária é muito importante, para lutar contra a pandemia é preciso utilizar os canais comunitários que são agrupamentos de jovens, mulheres, líderes de opinião, clubes de homens etc.
Ele afirma que é através destas estruturas comunitárias que será preciso passar para travar o avanço da pandemia.
Num estudo paralelo, o Unfpa examinou o comportamento das pessoas que vivem com HIV no contexto da Covid-19.
A ideia é adaptá-lo aos padrões globais de combate a pandemia, através de definição de uma estratégia de intervenção que visa, em última instância, mudar a mentalidade e proteger.
Para o chefe do Unfpa, a proteção permanece, até ao momento, o meio mais eficaz de prevenção e combate ao coronavírus.
Fall explicou que o uso da máscara protege o nariz e a boca por onde passa o vírus.
A lavagem das mãos é também importante porque é uma barreira física que permite eliminar o vírus das mãos. Quando a pessoa fala, tosse ou espirra, há gotas de saliva que saem da boca, os chamados perdigotos, que podem contaminar. Por isso, o distanciamento físico é importante.
Na semana passada, o Fundo da ONU para a População doou materiais de prevenção da Covid-19 ao Ministério guineense da Saúde.
O donativo é composto de 10 máquinas de lavagem das mãos a pedal. O dispositivo dispensa a intervenção das mãos e destina-se à proteção do pessoal médico.
Os materiais doados incluem também máscaras e cartazes de sensibilização em que se pode ler: independentemente do tipo da doença que possamos ter, as mulheres grávidas, em particular, enquanto população vulnerável, devem dar seguimento às consultas pré-natais.
Os cartazes são concebidos para fazer face aos rumores que desencorajam as grávidas de frequentarem estruturas sanitárias nesta época da pandemia. O apoio vem juntar-se as tendas de triagem que permitem separar grávidas de pessoas que busquem outros tipos de consulta como forma reduzir os riscos de contaminação.
O Unfpa recorreu também às novas tecnologias de informação para combater o vírus. Numa parceria com a Academia Ubuntu, desenvolveu campanhas de sensibilização através de celulares e doou equipamentos de proteção ao Secretariado Nacional de Luta Contra Sida e o Instituto da Mulher e Criança.
Últimos dados epidemiológicos dão conta que a Covid-19 já infetou 2.421 pessoas com um total de 49 óbitos na Guiné-Bissau.
Da ONU News em Bissau, Amatijane Candé.