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América Central enfrenta segundo furacão em menos de duas semanas  BR

Imagem do Iota se aproximando da América Central
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Imagem do Iota se aproximando da América Central

América Central enfrenta segundo furacão em menos de duas semanas 

Ajuda humanitária

Com categoria 4, Lota chegou à Nicarágua como tempestade mais forte este ano no Atlântico; região ainda se recupera do furacão Eta que afetou 5 milhões de pessoas; Iota é 30° furacão desta temporada recorde. 

Os países da América Central estão enfrentando o segundo furacão em apenas duas semanas. Nesta terça-feira, a Nicarágua foi afetada pelo Iota, a 30a. tempestade tropical desta temporada. 

Há duas semanas, o furacão Eta atingiu 5 milhões de pessoas e matou mais de 150, segundo agências de notícias. 

Com ventos de até 225 km/h quando atingiu a Nicarágua, no início do mês, o Eta arrasou os serviços de saúde de Honduras levando estragos a Belize e Guatemala.
Eta arrasou os serviços de saúde de Honduras levando estragos a Belize e Guatemala, PMA

Deslizamentos 

Desta vez, o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, avalia que o Iota pode causar cheias, inundações e deslizamentos de terra uma vez que o solo está já saturado pelo furacão Eta. 

De categoria 4, o Iota se torna o furacão mais forte deste ano no Atlântico.  

De acordo com a previsão, ele deve avançar para o interior do país e depois para o sul de Honduras, um dos mais afetados pelo Eta. A previsão é que a nova tempestade perca força nas próximas horas. 

O Iota deve levar ainda mais chuvas ao norte da Nicarágua, ao sudeste e centro da Guatemala, ao sul de Belize, El Salvador e Panamá.  

Para a agência da ONU, as consequências devem ser potencialmente catastróficas. A comunidade internacional lançou apelos de assistência para Guatemala, Honduras e Nicarágua. 

Resposta 

Esta semana, uma equipe de Avaliação e Coordenação de Desastres da ONU, Undac, chegou a Honduras para ajudar após o furacão Eta.  Os especialistas contaram que grandes regiões do leste e do norte foram submersas e sofreram deslizamentos de terra. 

Um senhor, de 74 anos, na Guatemala, contou que que perdeu a casa que dividia com a filha, o genro e os netos na pior enchente que já viveu. A água subiu até o telhado. 

Com a enchente, o poço d’água foi contaminado, as plantações destruídas e a família ficou sem comida e sem água.  

Moradores de Puerto Cabezas, a principal cidade da região norte da Nicarágua, após a passagem do furacão Eta.
Moradores de Puerto Cabezas, Nicarágua, após a passagem do furacão Eta, PMA

Ajuda humanitária 

Com o furacão, aumentou a insegurança alimentar na Guatemala que já sofria com seca, redução de colheitas e dificuldades econômicas causadas pela Covid-19. 

Antes da passagem do Eta, cerca de 3,3 milhões de pessoas na Guatemala já sofriam necessidades humanitárias.  

Agora, quase 400 mil pessoas foram deslocadas e mais de 650 mil precisam de ajuda. Muitos correm risco de contrair doenças transmitidas por água e desnutrição aguda principalmente mulheres, crianças e idosos. 

Pela primeira vez na história, o Atlântico teve duas grandes formações de furacões em novembro, quando termina a estação de tempestades tropicais. 

Desde outubro, quatro grandes furacões chegaram à região: Delta, Epsilon, Eta e Iota, todos com nomes retirados do alfabeto grego porque a lista regular de nomes de tempestades se esgotou este ano.