Covid-19: OMS “extremamente preocupada” com sistemas de saúde chegando ao limite BR

Número de casos sobe rapidamente, particularmente na Europa e Américas; diretor-geral da agência destacou “notícias encorajadoras” sobre vacinas e disse estar “cautelosamente otimista” sobre disponibilidade nos próximos meses.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está “extremamente preocupada” com o aumento de casos de Covid-19 em alguns países, particularmente na Europa e nas Américas.
Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, disse que os profissionais e os sistemas de saúde “estão chegando ao limite.”
Tedros destacou “notícias encorajadoras sobre as vacinas contra a Covid-19”, como a da empresa Moderna, que confirmou esta segunda-feira que a imunização tem uma eficácia perto de 95%.
O chefe da OMS afirmou que a agência “continua cautelosamente otimista sobre o potencial de novas ferramentas para começar a chegar nos próximos meses.”
Até esta segunda-feira, tinham sido confirmados mais de 54,3 milhões de casos e mais de 1,3 milhão de mortes em todo o mundo.
Atualmente, a agência tem 150 equipes médicas de emergência auxiliando os países na implementação de suas respostas de emergência.
A agência está trabalhando com governos e líderes de saúde para garantir que há cobertura para profissionais de saúde doentes, que há leitos suficientes para pacientes e para que os serviços essenciais de saúde continuem.
A OMS revelou que também está garantindo que existem equipamentos de proteção suficientes, que os governos têm acesso a testes e tratamentos e que os sistemas de saúde estarão prontos quando vacinas forem lançadas.
Segundo Tedros, enquanto os países tomam medidas extremas para conter a rápida disseminação do vírus, “agora é a hora de investir em sistemas que irão prevenir novas ondas do vírus.”
O chefe da OMS afirmou que “os países que estão deixando o vírus rodar sem controle estão brincando com fogo.” Segundo ele, “este é um vírus perigoso, que pode atacar todos os sistemas do corpo.”
Primeiro, haverá mais mortes e sofrimentos desnecessários. Em segundo lugar, existe um número significativo de pessoas com efeitos do vírus a longo prazo. Por fim, os profissionais de saúde, em particular, estão enfrentando extrema pressão de saúde mental.
Segundo ele, esta “não é uma escolha entre vidas ou meios de subsistência” porque “a maneira mais rápida de abrir economias é derrotar o vírus.”
Na semana passada, os Estados-membros se reuniram na Assembleia Mundial da Saúde e no Fórum de Paz de Paris. No topo da agenda estava o Acelerador ACT e a garantia de acesso equitativo a testes, tratamentos e vacinas.
Participantes como Comissão Europeia, França, Espanha, República da Coreia e a Fundação Bill & Melinda Gates prometeram mais US$ 360 milhões para o Covax, o pilar do Acelerador ACT dedicado a vacinas.
Até o momento, já foram prometidos US$ 5,1 bilhões para a iniciativa, mas outros US$ 4,2 bilhões são necessários urgentemente. Para 2021, são precisos US$ 23,9 bilhões.
Segundo Tedros, com os países gastando trilhões para sustentar as economias, a Covax “representa o melhor negócio possível, pois significará uma recuperação mais rápida para todos e o fim dos estímulos.”
O chefe da OMS disse ainda que o encontro dos líderes do G20, no próximo fim-de-semana, é uma oportunidade para fazer o compromisso com estas iniciativas e “acabar com esta pandemia rapidamente.”