Guterres diz que mundo pode ultrapassar maiores desafios abraçando diversidade BR

Nações Unidas marcam Dia Internacional da Tolerância este 16 de novembro; secretário-geral pediu esforços para promover dignidade humana, lutar contra racismo e forjar paz; ONG da República Democrática do Congo vence prêmio Unesco-Madanjeet Singh.
Esta segunda-feira, 16 de novembro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional da Tolerância.
Em mensagem publicada numa rede social, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a comunidade internacional use esta data, e todos os dias, para “promover a dignidade humana, lutar contra o racismo e forjar a paz.”
O chefe da ONU disse ainda que é sua “firme convicção” de que o mundo pode “ajudar a resolver seus maiores desafios, abraçando a diversidade e respeitando uns aos outros.”
Em mensagem sobre o dia, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, destacou o papel desta característica em tempos difíceis.
Segundo Audrey Azoulay, "numa época em que o extremismo e o fanatismo são desencadeados com muita frequência, em uma época em que o veneno do ódio continua a envenenar uma parte da humanidade, a tolerância nunca foi uma virtude mais vital."
As Nações Unidas expressaram empenhado em fortalecer a tolerância, promovendo o entendimento mútuo entre culturas e povos. Esse imperativo está no centro da Carta das Nações Unidas, bem como da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em 1996, a Assembleia Geral da ONU convidou os Estados-membros a observar o Dia Internacional da Tolerância em 16 de novembro. Essa ação deu sequência ao Ano das Nações Unidas para a Tolerância, marcado em 1995.
Nesse mesmo ano, pelo 125º aniversário do nascimento do líder pacifista indiano Mahatma Gandhi, a Unesco criou um prêmio para a promoção da tolerância e da não violência.
O prêmio Unesco-Madanjeet Singh distingue atividades nos campos científico, artístico, cultural ou de comunicação que visam a promoção de um espírito de tolerância e não-violência.
Em 2020, o prêmio foi atribuído ao Centro para Resolução de Conflitos, CRC, da República Democrática do Congo.
O júri destacou o “incansável” compromisso da organização com “resgate de crianças-soldados de grupos de milícia e sua reabilitação e reintegração em suas comunidades de origem.”
Graças à organização, cerca de mil ex-crianças-soldado foram devolvidas a suas comunidades desde 2011, retornando à escola ou treinamentos profissionais. O CRC oferece apoio psicossocial para ajudar a superar traumas.
O CRC também treina cooperativas agrícolas para promover a tolerância e construir um entendimento mútuo entre diferentes comunidades. Entre 2014 e 2018, forneceu treinamento a 40 comunidades agrícolas, ajudando quase 2 mil pessoas a aumentar sua renda e aprender a confiar em ex-combatentes.