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Nova parceria africana quer apoiar definição de políticas e proteção de dados    BR

ECA recomenda investimento rápido em grande escala na infraestrutura como a da tecnologia digital.
Acnur/Catherine Wachiaya
ECA recomenda investimento rápido em grande escala na infraestrutura como a da tecnologia digital.

Nova parceria africana quer apoiar definição de políticas e proteção de dados   

ODS

Comissão Econômica da ONU aponta limitações nos setores de transformação digital e Tecnologias de Informação e Comunicação; secretária executiva quer maior investimento nessas áreas com prioridade em infraestruturas.*

A Comissão Econômica da ONU para a África, ECA, realçou que é importante a governança de dados na região durante o lançamento da parceria Future State. Sem fins lucrativos, a iniciativa em favor da administração pública com um maior uso de Tecnologias de Informação e Comunicação, TICs, é apoiada pelas Nações Unidas. 

Em paralelo, foram também apresentadas a África Inteligente e a Iniciativa Africana da Liderança Digital, Adli na sigla em inglês.

Plataforma conjunta

A meta é que legisladores, defensores de direito do consumidor e representantes do setor privado recebam apoio nesse “espaço de aprendizagem” que pretende juntar parlamentares, peritos de direito digital e empresários. 

 Vera Songwe, secretária executiva da Comissão Econômica da ONU para a África.
Vera Songwe, secretária executiva da Comissão Econômica da ONU para a África., by ECA

Pretende-se ainda assegurar uma economia de dados, gerar crescimento equilibrado e o progresso social no continente.

Já o propósito da África Inteligente é que chefes de Estado e de governo possam acelerar o desenvolvimento socioeconômico sustentável. O objetivo é transformar o continente em “economia de conhecimento em que o acesso à banda larga e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação sejam fatos adquiridos.”

A ECA defende que estes representantes interajam entre si num “espaço seguro e dinâmico onde os intervenientes partilhem experiências e resolvam problemas”.

Objetivos

A Comissão também quer reforçar a área de perícia para desbloquear, de forma segura, o valor dos dados e contribuir em iniciativas como Quadro da União Africana para uma Agenda de Governança Digital.

No ato de lançamento da iniciativa, em Adis Abeba, a secretária executiva da ECA, Vera Songwe, mencionou a importância desses esforços  diante dos do momento  de recuperação da  pandemia do novo coronavírus.
A representante disse que se não forem fechadas as brechas da desigualdade no continente  existe o risco de África se tornar “uma sociedade mais desigual, instável e que possa levar a agitação política e social, perigando a recuperação”.

Tecnologia pode tranformar África em “economia de conhecimento".
Tecnologia pode tranformar África em “economia de conhecimento"., by ITU/D. Procofieff

Para Songwe, as tecnologias de informação e comunicação, ao lado da transformação digital, são “problema de todos”. Para um alcance global e de forma inclusiva ela recomenda um investimento rápido em grande escala “na infraestrutura como a tecnologia digital”.

Recuperação

A chefe da ECA disse que governantes ligados às TICs podem ser os guardiões, mas precisa-se de intervenientes como “saúde, educação, setor privado e sociedade civil para gerar valor.”

No evento, a comissária da União Africana para Infraestruturas e Energia, Amani Abou-Zeid, lembrou que as atenções no continente estão viradas para a melhor recuperação dos efeitos da Covid-19. 

Abou-Zeid disse acreditar que a tecnologia ajude neste sentido, mas acrescentou que a segurança e proteção são cruciais para garantir que os dados  de África não sejam violados.

Para a ECA, a economia de dados é “paisagem competitiva que prospera, dando as pessoas diversas escolhas e confiança, fundada na abertura, transparência, responsabilidade, segurança e proteção. 

A comissão realça que o acesso a dados fidedignos e corretos é vital para desenvolver o continente. Para as economias, a proteção de dados é essencial e deve começar com a construção de infraestruturas seguras.  

*Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News.

Assembleia Geral defende uma maior divulgação da informação e mobilização da opinião pública.
Foto: ITU/G. Anderson
Assembleia Geral defende uma maior divulgação da informação e mobilização da opinião pública.