FAO usa inteligência artificial para promover segurança alimentar BR

Agência da ONU relançou compromisso com empresas IBM e Microsoft para aproveitar potencial destas tecnologias; objetivo é alimentar uma população global estimada em quase 10 bilhões até 2050.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, relançou um compromisso com as empresas IBM e Microsoft para desenvolver formas de Inteligência Artificial, IA, que promovam a segurança alimentar.
Num evento online, os parceiros discutiram maneiras pelas quais a IA pode ajudar a atingir a meta de alimentar uma população global de quase 10 bilhões até 2050.
Ao mesmo tempo, a FAO acredita que esta tecnologia pode ajudar a proteger os recursos naturais e enfrentar desafios como as mudanças climáticas e os impactos de choques, incluindo a Covid-19.
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, disse que “transformação dos sistemas alimentares requer soluções inovadoras para garantir a segurança alimentar e nutricional para todos.”
Segundo ele, a agência está desenvolvendo ferramentas de IA e criando a Plataforma Internacional para Alimentos e Agricultura Digitais, onde serão discutidos os benefícios e riscos potenciais da digitalização dos setores agrícola e de alimentos.
Dongyu disse que FAO agradece o apoio de “gigantes digitais” como a IBM e a Microsoft.
A IA pode desempenhar um papel importante nos sistemas alimentares em vários níveis.
No setor agrícola, pode otimizar ou realizar algumas atividades desempenhadas por humanos, como o plantio e a colheita, aumentando a produtividade e melhorando as condições de trabalho. Também pode usar os recursos naturais de forma mais eficiente.
Esta tecnologia está surgindo em três áreas principais: robótica agrícola, monitoramento de solo e safra e análise e previsões.
Esta tecnologia está surgindo em três áreas principais: robótica agrícola, monitoramento de solo e safra e análise e previsões
Segundo a FAO, em um contexto de mudança climática, crescimento populacional e esgotamento de recursos naturais, os progressos nestas áreas podem ajudar a conservar bens como solo e água.
Durante o evento, foram apresentados bons exemplos de uso de IA e tecnologia digital na agricultura.
Um deles é o portal WaPOR da FAO, que monitora a água usada para agricultura na África e no Oriente Médio.
O portal oferece acesso aberto a um banco de dados, que permite consultas diretas, análises temporais e outras estatísticas.
Os participantes também destacaram o Sistema de Estresse da Agricultura, outra iniciativa da FAO.
Usando tecnologia de satélite, este sistema permite perceber, de forma precoce, pela que áreas agrícolas têm alta probabilidade de estresse hídrico e seca. A seca afeta mais pessoas do que qualquer outro tipo de desastre natural, especialmente nos países em desenvolvimento.
Segundo a agência da ONU, para que estas tecnologias cheguem a quem mais precisa, É preciso reduzir a exclusão digital. Em todo o mundo, 6 bilhões de pessoas não têm internet de banda larga hoje e 4 bilhões não têm internet.
Além disso, 2 bilhões de cidadãos não têm telefones celulares. Também existem lacunas significativas no acesso entre os homens e mulheres, jovens e pessoas mais velhas.