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Presidente da Guiné-Bissau diz que “fará o melhor” para virar página de conflitos BR

Palácio Colinas de Boé, edifício da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.
Alexandre Soares
Palácio Colinas de Boé, edifício da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.

Presidente da Guiné-Bissau diz que “fará o melhor” para virar página de conflitos

Assuntos da ONU

Em primeiro discurso na Assembleia Geral desde que assumiu o poder, Umaro Sissoco Embaló contou que também atuará com as diásporas para “construir um futuro melhor” para todos; chefe de Estado falou em francês aos líderes internacionais.

Nesta quinta-feira, o último país de língua portuguesa a falar à Assembleia Geral foi a Guiné-Bissau. 

O presidente Umaro Sissoco Embaló, que se dirigiu aos líderes internacionais em francês, começou lamentando a perda de vidas pela pandemia da Covid-19 em todo o mundo.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló se dirigiu aos líderes internacionais em cinco minutos
O presidente Umaro Sissoco Embaló, que se dirigiu aos líderes internacionais em francês, começou lamentando a perda de vidas pela pandemia da Covid-19 em todo o mundo. Foto: ONU/Evan Schneider

Linha de frente

O líder guineense agradeceu aos profissionais da saúde por combater a pandemia na linha de frente. Para ele, todos os países devem cooperar para reforçar os sistemas de saúde e o alcance de uma vacina e tratamento universais e acessíveis.

Ao mencionar o aniversário de 75 anos das Nações Unidas, Sissoco Embaló disse que é preciso apoiar a ONU a combater os desafios globais da atualidade e de renovar o compromisso com o multilateralismo.

Para ele, esta é a única forma de avançar com a agenda humanitária tendo em conta os vulneráveis e promovendo igualdade de gênero e o bem-estar para todos, como estabelece a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.

O presidente da Guiné-Bissau lembrou que falava à Assembleia Geral no dia de aniversário da independência do país de Portugal. Ele disse que o rompimento dos laços com a antiga metrópole ocorreu com muita “honra e sacrifício”.

Prioridades incluem tornar a ONU cada vez mais relevante para o povo guineense
Alexandre Soares
Prioridades incluem tornar a ONU cada vez mais relevante para o povo guineense

Caminho

A Guiné-Bissau foi a primeira das cinco ex-colônias africanas a se tornar independente. Para Sissoco Embaló, nesses 46 anos de história soberana, o país viveu momentos difíceis na busca de seu próprio caminho de estabilidade e desenvolvimento.  Ele afirmou que o apoio da comunidade internacional, especialmente da ONU, e de organismos regionais e sub-regionais foi fundamental para acabar com os conflitos no país.

Ao destacar que o fim do mandato do Escritório da ONU no País, Uniogbis, se aproxima, Sissoco Embaló disse que a assistência contínua da comunidade internacional em articulação e coordenação com as autoridades guineenses é indispensável para que a Guiné conclua o processo de reformas necessárias ao desenvolvimento.

Íntegra do discurso do presidente da Guiné-Bissau na Assembleia Geral

Ele disse que usaria a tribuna da Assembleia Geral para prometer ao povo guineense que fará o seu melhor para “virar a triste página” de crises e conflitos da história e trabalhar de mãos dadas como “todos os guineenses” incluindo a diáspora para alcançar um futuro melhor para todos.

Ao citar os desafios deste ano de 2020, o presidente da Guiné-Bissau afirmou que a Covid-19 agravou as fragilidades de seu país e a situação socioeconômica. Ele disse que a pandemia afetou a agricultura e o comércio de seu principal produto de exportação: a castanha-de-caju piorando os níveis de pobreza da nação.

Para a Guiné-Bissau, PBC deve ajudar a consolidar uma paz duradoura e começar novo ciclo para o desenvolvimento.
Alexandre Soares
Para a Guiné-Bissau, PBC deve ajudar a consolidar uma paz duradoura e começar novo ciclo para o desenvolvimento.

Mudança climática

Sissoco Embaló disse que uma outra área de preocupação é a mudança climática e os efeitos sobre pequenos países-Ilha. O governo elaborou estratégias nacionais de mitigação.

O presidente da Guiné-Bissau diz que a igualdade de gênero é um tema de grande importância para o país, e que as mulheres são o motor de mudança positiva, e as melhores mediadoras de conflitos e pacificação.

Ele também disse priorizar a juventude, que forma a maior parte da população guineense. Sissoco Embaló criticou o embargo dos Estados Unidos a Cuba e disse esperar a solução do conflito israelense-palestino.

O chefe de Estado concluiu reafirmando o compromisso de seu país com a ONU para o desenvolvimento e a construção de um mundo mais fraterno e de bem-estar para todos.