ONU celebra Dia Internacional da Igualdade Salarial ressaltando mundo pós-pandemia BR

Organização lembra que mulheres ganham menos de 80 centavos para cada dólar recebido por homens; estimativas do Fórum Econômico Mundial revelam que somente em 257 anos será superada essa disparidade salarial entre gêneros.
Este 18 de setembro marca o Dia Internacional da Igualdade Salarial. O lema para a primeira celebração é Construindo um futuro melhor de trabalho garantindo a igualdade salarial.
Um evento virtual da Coalizão Internacional de Igualdade Salarial, Epic, deve incentivar o mercado de trabalho a cumprir as etapas necessárias para garantir a igualdade de renumeração. A ênfase vai para o momento de recuperação da pandemia da Covid-19 em todo o mundo.
A ONU estima que as disparidades salariais entre homens e mulheres cheguem a 23% no globo.
O secretário-geral António Guterres gravou mensagem de vídeo para a reunião “Reconstruir um Futuro Melhor assegurando um salário melhor: Um apelo global à ação.”
O chefe da ONU realça que após décadas de ativismo e dezenas de leis sobre igualdade salarial, as mulheres ainda ganham menos de 80 centavos para cada dólar recebido por homens. Ele sublinha que o valor é ainda mais baixo para mulheres com filhos, negras, refugiadas e migrantes, e com deficiência.
No vídeo, ele também menciona dados do Fórum Econômico Mundial e diz que serão necessários 257 anos para que seja superado este fosso.
O secretário-geral alerta que os primeiros sinais são de que o impacto econômico da pandemia da Covid-19 tornará a disparidade salarial de gênero ainda maior. Entre os principais fatores está o fato de muitas mulheres trabalharem nas indústrias de serviços, hotelaria e no setor informal, que foram os mais atingidos.
Para o caso das pensionistas, os salários mais baixos se traduzem em pagamentos mais baixos quando se tornam idosas. Guterres apela os países a ir além da correção de leis de igualdade salarial e a trabalhar mais para encontrar soluções.
Ele sugere o fim dos estereótipos de gênero prejudiciais, de barreiras institucionais e a partilha de responsabilidades familiares de forma igual. Para Guterres, a igualdade salarial é essencial para construir um mundo de dignidade e de justiça para todos.
Segundo a ONU, existem mais mulheres concentradas em empregos de baixa qualificação e baixa remuneração. Estes postos são caraterizados pela maior insegurança no emprego e sub-representação feminina em funções de tomada de decisão.
A organização realça ainda que mulheres realizam pelo menos mais duas vezes e meia as tarefas domésticas e da área de cuidados, que não são remuneradas quando comparadas aos homens.
Ao celebrar a data, a ONU também promove os esforços em andamento para se alcançar a igualdade de remuneração pelo trabalho de igual valor e o compromisso com os direitos humanos e contra todas as formas de discriminação, incluindo de mulheres e meninas.