Na ONU, ministros das Finanças discutem desafios econômicos causados pela Covid-19 BR

Objetivo é apoiar resposta dos países em desenvolvimento, que enfrentam problema de financiamento; investimento direto estrangeiro deve cair 40% esse ano; opções serão apresentadas a chefes de Estado e de Governo às margens do debate da Assembleia Geral.
Ministros das Finanças dos 193 Estados-membros da ONU reúnem-se esta terça-feira, de forma virtual, para discutir soluções para a crise de desenvolvimento causada pela pandemia de Covid-19.
As opções debatidas no encontro serão depois apresentadas aos líderes mundiais em uma reunião de alto nível de chefes de Estado e de Governo, que acontece em 29 de setembro, à margem da Assembleia Geral.
A iniciativa foi convocada pela vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, e os ministros das Finanças do Canadá e da Jamaica.
Em curto prazo, o objetivo é apresentar um conjunto único e ambicioso de políticas para se recuperar da crise atual.
Em longo prazo, se pretende mobilizar as medidas e recursos para alcançar a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, construindo a resiliência e sustentabilidade dos países e da arquitetura financeira global.
Como resultado da pandemia em 2020, o Produto Interno Bruto global deve cair 4,9%. Já a queda no investimento direto estrangeiro será de 40% e das remessas cerca de 20%.
Além disso, no segundo trimestre do ano, as horas de trabalho caíram 14%, o equivalente a uma perda de 400 milhões de empregos em tempo integral. O comércio global de mercadorias baixou 18,5%.
Como resultado da pandemia em 2020, o Produto Interno Bruto global deve cair 4,9%
Embora as economias avançadas tenham implementado uma resposta sem precedentes para enfrentar a crise, a reação nos países em desenvolvimento tem sido mais fraca.
Estes Estados-membros enfrentam o duplo desafio de financiar a resposta à pandemia e evitar uma grande crise da dívida, que poderia atrasar o progresso em direção aos ODSs por muitos anos.
As discussões continuam o processo iniciado pelo secretário-geral, António Guterres, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness em maio.
Nessa altura, o chefe da ONU pediu esforços para acelerar a resposta global e soluções concretas para o que ele chamou de “primeira emergência de desenvolvimento do mundo”.
Após o evento de maio, seis painéis de discussão foram criados. Os grupos propuseram ações em várias áreas, como financiamento externo e remessas, empregos e crescimento inclusivo, recuperação sustentável, liquidez global e estabilidade financeira, dívida, credores e fluxos financeiros ilícitos.
Cada grupo se reuniu pelo menos três vezes em julho e agosto e foi coliderado por até quatro Estados-membros. Também participaram organizações regionais e mais de 50 parceiros institucionais, como instituições financeiras, representantes do setor privado e da sociedade civil, grupos de reflexão e instituições acadêmicas.
Os grupos receberam apoio logístico e técnico de 20 entidades, fundos e programas da ONU, bem como contribuições regulares das equipes nacionais da organização, para garantir relevância e precisão.
Em 19 de agosto, vários especialistas participaram em uma mesa redonda sobre o tema, oferecendo contribuições que foram incorporadas nos resultados.
Mais de 50 dos maiores especialistas mundiais também analisaram o conjunto de propostas, para incluir precisão científica e pesquisa inovadora.