Em África, parceiros veem avanço da Grande Muralha Verde com 8.000 km de árvores BR

Maior estrutura viva do planeta é analisada em novo relatório da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima; projeto com meta de facilitar absorção de 250 milhões de toneladas de carbono está em curso há 13 anos.
Milhões de hectares de terra restaurados, novos empregos e avanço de uma das maiores áreas verdes do mundo são destaques do relatório A Grande Muralha Verde: Status de Implementação e Caminho em Direção a 2030.
O documento será lançado esta segunda-feira em evento virtual apoiado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, Unfccc. Entre as dezenas de participantes estarão a vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, e ministros africanos.
O estudo mede a implementação da iniciativa mais ambiciosa ao longo do extremo sul do deserto do Saara cobrindo 11 nações na África: Burkina Faso, Chade, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal e Sudão.
Lançada pela União Africana, a Grande Muralha Verde envolve árvores, pastagens, vegetação e plantas. A área compreende 8.000 km de comprimento e 15 km de largura.
A iniciativa implementada desde 2007 quer restaurar terras degradadas em favor de milhões de habitantes da região. As áreas que devem merecer atenção são produção alimentar, criação de empregos e promoção da paz.
A Unfccc destaca que a Grande Muralha Verde simboliza a esperança do continente que sofre com a desertificação, ao restaurar 100 milhões de hectares de terra.
Além disso, estima-se que até 2030 sejam absorvidas 250 milhões de toneladas de carbono e criados cerca de 10 milhões de empregos verdes.
Treze anos depois de iniciar, o cenário coberto pela Grande Muralha Verde é “de paisagens degradadas recuperadas em dimensão sem precedentes”. No local a iniciativa está “proporcionando segurança alimentar, empregos e uma razão para ficar para milhões de pessoas que vivem ao longo de seu caminho.”
Com a restauração ambiental foram recuperados 15 milhões de hectares de terras degradadas na Etiópia. Outros cerca de 5 milhões hectares na Nigéria e 2 mil hectares no Sudão.
O Senegal destaca-se em relação ao total de árvores plantadas com 11,4 milhões. Já nações como Burkina Faso, Mali, Níger apoiaram o cinturão verde envolvendo cerca de 120 comunidades.
Em território nigerino também foram criados mais de 2,5 mil hectares de terras áridas e degradadas. Mais de 2 milhões de sementes e mudas foram plantadas a partir de 50 espécies de árvores nativas.
A expectativa é que depois de concluída, a Grande Muralha Verde seja a maior estrutura viva do planeta, três vezes o tamanho da Grande Barreira de Corais.
A Irlanda é um maiores financiadores de parceria que envolve a União Africana, a Agência Pan-Africana da Grande Muralha Verde e outros parceiros internacionais.