Relator para o Mali exige libertação de presidente após golpe de Estado
Em comunicado, Alioune Tine, disse que líderes da operação devem restaurar Estado de direito; líder do país africano, Ibrahim Boubacar Keita, está detido desde 18 de agosto com outros membros do governo.
O especialista em direitos humanos* da ONU no Mali disse que os líderes do golpe de Estado contra o país africano devem libertar o presidente Ibrahim Boubacar Keita e outros integrantes do governo presos durante a operação militar.
Em comunicado, Alioune Tine, condenou a intervenção de 18 de agosto e disse que a integridade do presidente e todos os detidos assim como de suas famílias deve ser respeitada.
Proteção
Ele pediu aos membros da Comissão Nacional para Salvação do Povo, o grupo que realizou as detenções, para suspender imediatamente a prisão.
O especialista pediu a todas as autoridades malianas que respeitem as liberdades fundamentais e passem o poder aos civis para restaurar o Estado de direito, e assegurar a proteção de pessoas e propriedades no Mali.
Tine expressou sérias preocupações com informações de que quatro indivíduos foram assassinados e 15 outros feridos pela Guarda Nacional na noite de 18 de agosto. Ele disse que todos os responsáveis devem prestar contas às autoridades de justiça do Mali.
Para o relator, é interessante notar que o golpe começou na cidade de Kati, que tem tropas estacionadas, perto da capital Bamako. O mesmo ocorreu em 2012, durante um outro golpe que tirou do poder Amadou Toumani Touré, levando à crise política que perdura até hoje.
História
O especialista em direitos humanos afirma que isso deveria levar todos os atores nacionais e internacionais a refletir sobre como reforçar as estruturas do Estado maliano para evitar que a história se repita.
Para ele, essa situação tem resultado em violações sistemáticas e violações contínuas dos direitos humanos com conflitos intercomunitários.
Alioune Tine elogiou os esforços da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, e do resto da comunidade internacional incluindo o Conselho de Segurança, na tentativa de encontrar soluções políticas para a crise no Mali.
Mesmo assim, o especialista acredita que os mecanismos utilizados devem ser reforçados para evitar, prevenir e resolver crises similares no Oeste da África.
Ele finalizou pedindo a todas as pessoas no Mali, sejam líderes políticos, militares ou civis, que exerçam moderação e adotem um diálogo profundo para restaurar paz, a estabilidade e o respeito pelos direitos humanos no país.
*Os relatores e especialistas em direitos humanos são independentes da ONU e não recebem salário por sua atuação.