Unicef quer aumentar ajuda para 40 mil vítimas de violência na RD Congo
Confrontos intercomunitários desalojaram milhares no Kivu-Sul; agência quer cobrir déficit para ação humanitária; reforço de mecanismos de resposta é meta de pedido feito a parceiros humanitários.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, anunciou que presta assistência a cerca de 40 mil deslocados que fugiram da violência nos planaltos do Kivu-Sul, leste da República Democrática do Congo.
Entre as vítimas estão 7,5 mil crianças menores de cinco anos. O grupo também tem 1,5 mil mulheres grávidas que abandonaram suas aldeias nos territórios de Uvira, Fizi e Mwenga após a eclosão dos confrontos interétnicos em maio.
Escolas
Nos confrontos foram saqueados e inutilizados 10 centros de saúde. O pessoal médico teve que abandonar 18 centros hospitalares devido à violência.
O Unicef destaca que milhares de crianças ficaram afetadas com a destruição de 28 escolas em dezembro passado. Cerca de 200 manuais devem ser fornecidos a crianças fora da escola nas localidades de Bijombo e Mikenge.
A agência atua com parceiros nessas áreas que abrigam 40 mil pessoas nas florestas. Nos próximos dias, a meta é entregar toneladas de comida a 4 mil necessitados.
Intervenção
Em comunicado, o Unicef realça diversas ações que ajudaram a reabrir o hospital de Mikenge. A agência enviou toneladas de suprimentos médicos, medicamento e equipamentos de esterilização. Acredita-se que o donativo vai cobrir as necessidades médicas de 20 mil pessoas em três meses.
O Unicef tenta reunir ou colocar em famílias de hospedagem 17 crianças que foram separadas dos pais pelos confrontos. Dois kits recreativos foram encaminhados a 300 crianças para atividades em grupo.
Ao mesmo tempo, várias clínicas móveis prestam serviços médicos básicos e vacinam 23 mil deslocados que se refugiaram em Monte Mitumba.
Déficit
A onda de violência no Kivu-Sul acontece num momento em que a RD Congo enfrenta o ébola e outras crises no leste do país.
O Fundo da ONU diz precisar de mais de US$ 300 milhões para a resposta humanitária no país da África Central. Deste valor, a recebeu apenas 7% até meados de julho passado.
O apelo aos parceiros é que reforcem a resposta para evitar que milhares de deslocados fiquem sem comida, abrigo, assistência sanitária e educação nos planaltos do Kivu-Sul.