Como ajudar em ações da ONU para recuperar Beirute após a explosão?
Agências das Nações Unidas atuam coordenadas no auxílio à população libanesa como parte dos esforços de recuperação após a explosão no porto da capital; você quer colaborar e não sabe como fazê-lo? Saiba quais as ações em curso e como apoiar.
A explosão de 4 de agosto no porto de Beirute deixou milhares de feridos e centenas de milhares desabrigados na capital do Líbano. As Nações Unidas imediatamente se mobilizaram e aumentaram seus esforços de socorro.
Esta lista foi elaborada por forma a permitir que qualquer oferta de auxílio chegue aos mais necessitados. A organização envia ajuda emergencial ao terreno e fornece abrigos para aproximadamente 300 mil deslocados provocados pela tragédia.
Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha

O coordenador humanitário da ONU, Mark Lowcock, disse que a explosão ocorreu em “um país que estava mergulhado em agitação civil, passando por dificuldades econômicas, pelo surto do coronavírus e sofrendo um pesado fardo da crise de refugiados sírios”.
Na sexta-feira, o Escritório liberou US$ 6 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf, em momento em que chegam suprimentos para apoiar diariamente as operações.
Esse valor será adicionado aos US$ 9 milhões já colocados ao dispor das autoridades pela ONU no país, para a reparação de casas danificadas, operações de logística e apoio imediato ao sistema de saúde.
A coordenadora humanitária e residente da ONU no Líbano, Najat Rochdi, anunciou a entrega do valor do Fundo Humanitário local, para atender às necessidades de cuidados primários e fornecer comida aos mais vulneráveis.
Falando em exclusivo à ONU News, Rochdi garantiu que todas as doações dadas através das Nações Unidas e ONGs parceiras “irão diretamente para as pessoas que sofreram esta explosão”.
O subsecretário-geral da Assistência Humanitária, Mark Lowcock, disse que qualquer doação recebida “servirá prontamente para ajudar a aliviar o sofrimento e como uma demonstração de apoio ao povo libanês no processo de reconstrução.”
Programa Mundial de Alimentos

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, tenta evitar que a já difícil situação de segurança alimentar do Líbano piore. O país enfrenta uma profunda crise financeira e a pandemia de Covid-19. A agência está em negociações com as autoridades libanesas para a coordenação da resposta de emergência nesse setor.
Com o país envolvido em esforços para reconstruir o porto de Beirute, o PMA anunciou que ajudará a aumentar a segurança alimentar importando trigo, farinha e grãos. O maior silo de grãos e vários outros foram destruídos na explosão.
Através da entrega de fundos e implementando programas de alimentação para as populações, o PMA implemententa a experiência em logística e em cadeias de abastecimento no terreno. Siga o link para ajudar as ações de ajuda alimentar.
Organização Mundial de Saúde

Após a grande explosão de terça-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, enviou 20 toneladas de suprimentos médicos para tratar mil feridos e realizar o mesmo número de cirurgias.
O representante da agência no Líbano, Iman Shankiti, disse que colabora com as autoridades nacionais de saúde, outros parceiros e hospitais que tratam os feridos “para identificar necessidades adicionais e fornecer apoio imediato”.
Na sexta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus liberou US$ 2,2 milhões em apoio à resposta imediata. O valor deve ajudar a garantir a continuidade no tratamento da Covid-19. Colabore com fundos a serem canalizados à Organização Mundial da Saúde
Agência da ONU para Refugiados
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, destacou que, além de apoiar a resposta das autoridades libanesas, tem como grandes prioridades proporcionar “abrigo, saúde e proteção” aos libaneses.
O porta-voz da agência, Charlie Yaxley, declarou que “a demanda por acomodação é enorme”. Ele destacou ainda que a explosão também impactou refugiados que viviam em Beirute.
Na avaliação pulicada esta terça-feira, a agência anunciou que pelo menos 34 refugiados perderam a vida, 124 ficaram feridos e sete ainda estão desaparecidos na cidade que abriga cerca de 200 mil refugiados.
O Acnur está envolvido na resposta à crise da Covid-19, tentando aliviar a pressão sobre hospitais superlotados e no atendimento aos pacientes. Contribua para apoiar atividades da Agência das Nações Unidas para Refugiados

Organização Internacional para as Migrações
A Organização Internacional para as Migrações, OIM, informou que, embora ainda não tenham sido determinados os efeitos diretos da explosão sobre os 400 mil trabalhadores migrantes e os cerca de 1,5 milhão de refugiados no Líbano, estas pessoas já viviam em situações precárias. Agora, “sem dúvida, elas correrão maiores riscos”.
Atuando com parceiros, a agência faz um levantamento sobre a magnitude dos danos e necessidades específicas dos libaneses que vivem em situação de maior fragilidade, migrantes e refugiados.
O diretor-geral da OIM, António Vitorino, disse que “agora, mais do que nunca, devemos garantir a segurança e a saúde dos mais indefesos do Líbano.” Ele destacou que é preciso ter em conta as necessidades dos migrantes e refugiados nos planos de resposta de emergência. Clique aqui para colaborar com os esforços de socorro da OIM.
Unicef

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que 100 mil crianças possam estar desabrigadas ou vivendo sem água ou eletricidade em Beirute. Outra preocupação é com os danos generalizados nas habitações e o aumento nos casos de Covid-19, que na semana da explosão atingiu o recorde de 255 infecções diárias.
A agência precisa de US$ 8,25 milhões para oferecer resposta de emergência. Em suas ações no terreno, o Unicef tenta repor o equipamento de proteção individual e outros suprimentos médicos que foram danificados pela explosão.
A agência compra materiais essenciais, distribui água, reúne crianças separadas a suas famílias e fornece apoio psicossocial aos menores. A ajuda financeira deve apoiar a emergência e reabilitação de centros de saúde e escolas danificados. A agência recebe apoio para suas ações de emergência no Líbano.
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
Grandes áreas da cidade não habitáveis, destruição do principal porto do Líbano e colapso do sistema de saúde são fatores que fizeram o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos descrever a situação como “desastrosa”.
O porta-voz do Escritório, Rupert Colville, disse que “os apelos das vítimas por responsabilização devem ser atendidos, incluindo uma investigação imparcial, independente, exaustiva e transparente da explosão.”
A entidade da ONU pediu “uma resposta e um apoio internacional permanente e rápido para evitar a perda de mais vidas.” Para colaborar com o Escritório clique aqui.
Funcionários das Nações Unidas apoiam colegas
Trabalhadores das Nações Unidas em todo o mundo também se solidarizaram com seus colegas libaneses afetados pela tragédia.
Os sindicatos de funcionários das Nações Unidas instalados em Nova Iorque, Nairóbi e Viena, bem como as associações de funcionários da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, a Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico, Escap, e a Comissão Econômica para a África, ECA, arrecadaram US$ 32 mil dos trabalhadores.
A meta da iniciativa é que o montante seja usado para apoiar a Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental, Escwa, e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, Unifil, ambas com sede em Beirute. Clique no link para angariação pelo Go Fund Me, criada pelos Sindicatos e Associações da ONU em apoio aos funcionários afetados.