ONU quer investigação confiável e transparente sobre causa da explosão no Líbano
Secretário-geral aponta que muitas pessoas continuam desaparecidas quase uma semana após o incidente; informe sobre a situação no Líbano aponta “profunda sensação de perda e até descrença” entre os libaneses.
O secretário-geral da ONU disse esta segunda-feira que é importante uma investigação confiável e transparente sobre a causa da explosão em Beirute. Em informe sobre a situação no Líbano, António Guterres realçou que o resultado desse processo deverá ser a “responsabilização exigida pelo povo libanês”.
O chefe da ONU lembrou aos Estados-membros que quase uma semana depois da tragédia “muitas pessoas continuam desaparecidas.” Guterres realçou que a “explosão foi realmente chocante”. Agências de notícias informaram que pelo menos 158 pessoas morreram e 6 mil ficaram feridas no incidente.
Reformas
Guterres destacou que também é importante que sejam implementadas reformas no país para atender as necessidades do povo libanês a longo prazo.
Neste domingo, as Nações Unidas organizaram a Conferência Internacional de Apoio a Beirute e ao Povo Libanês em parceria com o presidente Emmanuel Macron, da França.
Guterres disse que a iniciativa gerou o apoio financeiro bastante necessário e reafirmou o compromisso de muitos parceiros do Líbano. Entre eles estiveram “líderes mundiais, organizações humanitárias internacionais e instituições financeiras multilaterais e regionais importantes”.
Auxílio
O secretário-geral afirmou que a ONU está avaliando os resultados e está empenhada em fazer um acompanhamento rápido e eficaz da situação. De acordo com agências de notícias, o evento internacional arrecadou cerca de US$ 298 milhões para prestar auxílio direto às vítimas.
Os organizadores pretendem que os fundos prometidos na conferência ajudem na recuperação sendo aplicados em áreas como saúde, segurança alimentar, educação e habitação.
Entre os doadores que anunciaram seu apoio ao Líbano estão a Comissão Europeia com US$ 74 milhões, a França com 59 milhões, o Catar com US$ 50 milhões e o Kuwait com US$ 41 milhões.
A Dinamarca prometeu ajudar com US$ 26 milhões; a Alemanha com US$ 20 milhões, o Chipre com US$ 5 milhões e o Canadá com US$ 5 milhões. Entre as nações que já tinham feito promessas estão os Estados Unidos, com US$ 17 milhões.
Catástrofe
A expectativa é que a ONU encaminhe os valores a organizações internacionais e ONGs que atuam no terreno.
No discurso feito na sede da organização, o secretário-geral destacou que a catástrofe é enorme e disse haver profunda “sensação de perda e até descrença”.
Entre as várias ações humanitárias, as Nações Unidas enviaram um avião com 20 toneladas de suprimentos de saúde a Beirute. O alvo é realizar mil intervenções de trauma e cirurgias a pessoas que sofreram ferimentos e queimaduras.
A organização entregou cerca de US$ 15 milhões do Fundo Humanitário ao Líbano para atender às necessidades imediatas. O primeiro lote foi colocado ao dispor das autoridades logo após a explosão e o último na sexta-feira.