ONU pede à Nigéria para investigar assassinato de cinco trabalhadores humanitários BR

Em nota, secretário-geral disse que responsáveis têm de ser levados à justiça para responder pelo crime que viola a lei humanitária internacional; as vítimas haviam sido sequestradas em junho no estado de Borno, no nordeste do país africano.
O secretário-geral das Nações Unidas condenou fortemente o assassinato de cinco trabalhadores humanitários na Nigéria.
Em nota, emitida nesta quinta-feira pelo seu porta-voz, António Guterres pediu pressa nas investigações e disse que os responsáveis têm de ser levados à justiça.
Os cinco homens foram mortos na quarta-feira. Eles trabalhavam para a Comissão Internacional de Resgate, a Ação contra a Fome e a Acted.
Os assassinatos foram realizados por um grupo armado do estado de Borno, no nordeste da Nigéria.
Guterres expressou “profundas condolências” às famílias das vítimas e disse que o ataque é uma violação da lei humanitária internacional.
Ele afirmou que a lei de direitos humanos e a lei humanitária internacional devem sempre ser inteiramente respeitadas incluindo na obrigação de se proteger os civis.
O coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Edward Kallon, expressou choque e horror com o assassinato hediondo de alguns colegas e parceiros da ONU no país.
Ele contou que as vítimas eram trabalhadores humanitários comprometidos e que dedicaram suas vidas a ajudar os mais vulneráveis e àqueles afetados pela violência.
O sequestro do grupo ocorreu no mês passado quando eles estavam numa das principais estradas que conecta a cidade de Monguno com Maiduguri, que é a capital do estado de Borno.
Kallon lembrou que este não é o primeiro assassinato trágico de agentes humanitários na Nigéria, e que a ONU tem pedido o fim desses atentados e violações às leis humanitárias.
Para ele é inconcebível que as pessoas que estão lá para ajudar sejam alvejadas desta forma. Quase 8 milhões de pessoas na Nigéria estão precisando de ajuda para sobreviver no nordeste do país.
O número de pessoas que precisam de apoio urgente com o aumento da Covid-19 em estados afetados por conflitos é de 10,6 milhões.
O coordenador humanitário da ONU disse que o atentado não irá deter a organização de levar ajuda a quem precisa, e que a comunidade internacional continua prestando solidariedade aos moradores dos estados de Borno, Adamawa e Iobe.