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Chefe da OMS diz que mundo não será mais o mesmo após pandemia BR

Para o chefe da OMS, a primeira pergunta que as pessoas têm de responder é se precisam realmente de viajar.
ONU/Eskinder Debebe
Para o chefe da OMS, a primeira pergunta que as pessoas têm de responder é se precisam realmente de viajar.

Chefe da OMS diz que mundo não será mais o mesmo após pandemia

Saúde

Em entrevista a jornalistas, em Genebra, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que agência recebeu marca recorde de novas contaminações no domingo com 230 mil casos; Américas concentram metade de todas as infecções com Covid-19; mais de 566 mil pessoas morreram da doença.

O mundo não vai voltar a ser o que era antes da pandemia da Covid-19 pelo menos não num futuro próximo. A declaração é do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus.

Em entrevista a jornalistas, em Genebra, Tedros contou que foram notificados 230 mil novos casos no domingo, e que quase 80% das infecções vêm de apenas 10 países. Atualmente, as Américas concentram a metade de todos os casos do novo coronavírus. 

E para a OMS, ainda que a quantidade diária de mortes tenha baixado, os motivos para preocupação continuam. Até esta segunda-feira, havia 566.355 mortes pela doença e 12.750.275 casos confirmados em todo o globo.

Tendência contraria o movimento da curva da Covid-19 na América Latina, que se tornou o epicentro da pandemia.
Atualmente, as Américas concentram a metade de todos os casos do novo coronavírus. Foto: © Unicef/Yareidy Perdomo

Três passos

Tedros sugeriu três passos para baixar o número de novas infecções. Em primeiro lugar, reduzir as taxas de mortalidade e conter a transmissão. Depois, seguir engajando as comunidades para incentivar medidas individuais de proteção no interesse de todos.

E por último, uma liderança governamental forte com coordenação de estratégias que são comunicadas à população de formas clara e consistente.

A agência lembra que todos os países estão sob risco da pandemia, mas nem todos foram afetados da mesma forma. Tedros acredita que as nações que seguiram as recomendações da OMS e estiveram alertas têm a situação mais bem controlada e sem maiores surtos.  Ele traçou quatro cenários sobre o controle da doença no mundo.

Economia

Como primeiro citou são o “bom exemplo” de várias nações no sudeste da Ásia, no Caribe e África e no Pacífico. Para a OMS, o segredo aqui foi a comunicação dos líderes de forma rápida e eficiente sobre as medidas a serem tomadas incluindo isolamento e proteção.

Em segundo lugar, a OMS fala de países que passaram por grandes surtos, mas que controlaram o quadro com base numa liderança forte e na cooperação da população que seguiu as medidas de combate. Nesse quadro, estão muitos países na Europa que conseguiram conter uma maior onda de contaminação.

Para Tedros, em ambos os casos, a economia está sendo reaberta aos poucos e em passos apoiados pelos cidadãos.
Como terceiro cenário, ele falou de países que já venceram o primeiro pico de infecções e que relaxaram as restrições, mas que por isso estão passando por novos picos e aumentos de casos, com as enfermarias sendo lotadas por novos pacientes de Covid-19.

Os responsáveis pelo menino denunciaram os abusos sofridos por ele antes da decisão das autoridades, mas nenhuma investigação foi realizada.
mercado2/Public Domain
Os responsáveis pelo menino denunciaram os abusos sofridos por ele antes da decisão das autoridades, mas nenhuma investigação foi realizada.

Restrições

E por último, a OMS cita nações que atravessam uma fase intensa de transmissões como nas Américas, no Sul da Ásia e em várias partes da África.
Para Tedros nunca é tarde para conter o avanço do vírus com medidas acertadas. Em alguns casos, houve um retorno às restrições para diminuir o aumento de novos casos.

O diretor-geral afirmou que mensagens desencontradas de líderes políticos sobre a pandemia tendem a minar a confiança da população. E com isso, o vírus vai contaminando mais pessoas. 

Ele lembrou que os governos devem ser claros na comunicação e apresentarem uma estratégia para salvar vidas, e as pessoas devem lavar as mãos, usar máscaras e praticar o distanciamento social. Se forem tossir, usarem o cotovelo para não passar o vírus a outros, e se estiverem doentes, ficarem em casa.

Para ele, cada um pode fazer a sua parte. “Não é fácil, mas é possível”, concluiu.