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Opas pede que países continuem lutando contra a malária durante pandemia de Covid-19 BR

Países como a Guatemala estão na região de risco para a malária
Opas/OMS
Países como a Guatemala estão na região de risco para a malária

Opas pede que países continuem lutando contra a malária durante pandemia de Covid-19

Saúde

Situação é preocupante em áreas onde residem comunidades indígenas e em cidades da região amazônica do Brasil e Peru; nas Américas, 138 milhões de pessoas vivem em áreas de risco; em 2018, cerca de 765 mil casos e cerca de 340 mortes foram relatadas.

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, fez um apelo para que os países continuem lutando contra a malária nas Américas durante a pandemia de Covid-19, especialmente entre as populações vulneráveis.

A situação é especialmente preocupante em áreas onde residem comunidades indígenas, em cidades da região amazônica do Brasil e Peru e em áreas da região do Pacífico na Colômbia.

Ameaça

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Segundo a Opas, “a situação da malária em toda a região está sendo afetada pela coexistência da pandemia da Covid-19.”

A agência explica que as pessoas podem evitar fazer diagnóstico e tratamentos devido a receio de visitar as clínicas. Além disso, os funcionários de saúde podem ter sido transferidos para trabalhar na nova crise de saúde. 

Existem ainda outros riscos, como movimentos de populações vulneráveis dentro e entre países e enfraquecimento dos programas devido a dificuldades financeiras causadas pela pandemia. 

O chefe da unidade da Opas para Doenças Negligenciadas, Tropicais e Transmitidas por Vetores, Luis G. Castellanos, informou que " embora a cadeia de suprimentos tenha sido afetada por restrições resultantes da pandemia, existem medicamentos para tratar a malária."

Nas Américas, 138 milhões de pessoas vivem em áreas em risco desta doença. Em 2018, cerca de 765 mil casos e cerca de 340 mortes foram relatadas.

Evolução

Segundo a Opas, a situação em todas as áreas de malária, principalmente as rurais, se tornará mais crítica com o espalhar da Covid-19, devido à alta vulnerabilidade das populações e às falhas dos sistemas de saúde. 

O primeiro impacto será sentido na redução na detecção e tratamento e de casos de malária, devido a barreiras para diagnóstico precoce.

No geral, antes da chegada da Covid-19 nas Américas, a incidência de malária estava caindo na região, mas oito países relataram um aumento: Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Honduras, Costa Rica e Suriname.

Resposta

A Opas também publicou recomendações para controlar a malária, incluindo proteção da saúde dos trabalhadores e coordenação de diagnósticos precoces. 

Ações como distribuição de redes tratadas com inseticida e pulverização em espaços fechados continuam sendo importantes para reduzir a tensão nos sistemas de saúde.

A agência também recomenda que os países acelerem as compras de medicamentos e testes e orientem os pacientes com febre, mas sem sintomas respiratórios, para os serviços de malária. Brigadas ativas, com trabalhadores usando equipamentos de proteção individual, devem atuar em coordenação com as equipes envolvidas na resposta à Covid-19.