ONU diz que apoio a jovens empreendedores gera benefícios e empregos
Em relatório, Departamento Econômico e Social pede a governos para remover barreiras à juventude como acesso a fundos para criação de start-ups; taxa de desemprego entre jovens é maior que entre adultos; empregadores jovens tendem a dar chance a mais desfavorecidos na sociedade.
As Nações Unidas pediram a governos em todo o mundo que eliminem barreiras para a juventude empreendedora.
Num relatório, divulgado nesta quinta-feira, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, revela que iniciativas sociais podem contribuir para gerar postos de trabalho para os jovens, beneficiar economias em várias partes do mundo, e avançar a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Perdas econômicas
Muitos jovens encontram barreiras para acessar fundos e empréstimos na hora de criar pequenas empresas, start-ups, ou empreendimentos sociais. Os obstáculos vão desde a sistemas regulatórios à falta de apoio técnico.
Um jovem empresário também se depara com dificuldades para obter treinamento, rede de contatos e acesso aos mercados, que acabam desanimando esses potenciais empreendedores.
As conclusões constam do Relatório Mundial da Juventude 2020. Sob o título, Empreendedorismo Social da Juventude e a Agenda 2030, o documento revela que as empresas e negócios geridos por jovens produzem lucros e transformações sociais e tendem a contratar pessoas mais desfavorecidas.
Pandemia
Segundo a ONU, a taxa de desemprego entre os jovens é maior que a dos adultos. Uma situação que tem piorado desde as perdas econômicas geradas pela Covid-19.
Antes da pandemia, a Organização Internacional do Trabalho, OIT, calculava que 600 milhões de postos de trabalho teriam de ser criados, pelos próximos 15 anos, para se cumprir os ODSs. E a maioria desses empregos deveria ser destinada à juventude.
Atualmente, o mundo tem 1,2 bilhão de jovens entre 15 e 24 anos. A quantidade de adolescentes e jovens é de 1,8 bilhão.
Para as Nações Unidas, o empreendedorismo social pode criar uma via promissora para os jovens criarem uma fonte de renda e ajudarem a suas comunidades ao mesmo tempo que contribuem para implementação dos ODSs.
Inclusão
A ONU acredita que as empresas de jovens também ajudam a promover inclusão de grupos vulneráveis na sociedade.
O subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhemin, afirma que o apoio aos jovens na criação de empresas gera um resultado positivo para todos.
Essas empresas, segundo o relatório, beneficiaram 871 milhões de pessoas em nove países da Europa e da Ásia Central em 2016. Além disso, elas geraram serviços e produtor no valor de 6 bilhões de euros criando empregos especialmente entre os grupos sociais mais marginalizados.
Carpintaria
O secretário-geral assistente, Elliot Harris, afirma que o empreendedorismo jovem também gera criatividade e energia e transforma os jovens em agentes de mudanças.
Harris disse ainda que o apoio ao empreendedorismo não exclui os decisores políticos da responsabilidade de formular políticas públicas especialmente de criação empregos.
O relatório da ONU apresenta casos de sucesso em países na África, na Europa e no Oriente Médio. No Malauí, por exemplo, uma empresária de 18 anos ajudou a treinar mais de 150 mulheres empreendedoras. Na Albânia, uma empresa de carpintaria também montada por jovens emprega pessoas com deficiência e na terceira idade.
A Organização Internacional do Trabalho informou que por causa da Covid-19, mais de 155 milhões de pessoas no mundo perderam o emprego apenas no primeiro trimestre do ano.