Conselho de Segurança debate grave situação humanitária na Síria
Encontro ocorre à véspera da Conferência de Doadores para o país; subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, destacou que 2,8 milhões de pessoas no noroeste precisam de auxílio urgente.
A grave situação humanitária na Síria está sendo tema de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira. Na reunião, o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, destacou que 2,8 milhões de pessoas no noroeste precisam de auxílio urgente.
Fatores como deslocamento em massa de quase 1 milhão de sírios no início deste ano e dificuldades econômicas agravadas pelo impacto regional da Covid-19 levaram os civis do noroeste a ficar mais vulneráveis.
Sistema de saúde
Lowcock destacou que o sistema de saúde da Síria não está preparado para um surto em larga escala, horas depois de uma atualização das Nações Unidas alertando sobre o conflito agravado pelo impacto direto e indireto da pandemia.
O chefe humanitário disse que os níveis atuais de assistência prestada através da fronteira estão longe de ser suficientes. Ele lembrou que devido à grande crise humanitária no noroeste, a operação transfronteiriça precisa ser ampliada.
Lowcok alertou ao Conselho que sem estender a autorização transfronteiriça, a ONU terá de interromper a ajuda humanitária. Assim, terminariam as entregas de alimentos e o apoio aos centros de nutrição provocando “sofrimento e morte”.
A situação na Síria representa uma das maiores e mais complexas emergências humanitárias do mundo, atualmente com 11,1 milhões de necessitados. Destes, cerca de 4,7 milhões precisam de apoio de emergência.
Recursos médicos
Até agora, 26,4% dos US $ 3,4 bilhões do Plano de Resposta Humanitária de 2020 foram financiados. Para resposta ao Covid-19, somente 16,2% dos US$ 384 milhões foram colocados ao dispor das agências.
No evento, a diretora de Política e assessora sênior da ONG Médicos para Direitos Humanos, Susannah Sirkin, apontou a superlotação e a falta de recursos médicos e
alimentares como fatores que tornam o nordeste mais propenso à expansão do coronavírus.
Ela alertou para um “pendente colapso” do sistema de saúde e pediu que o mundo tenha em conta o sacrífico feito por profissionais de saúde que estão em áreas afetadas pelos combates.
A representante também chamou a atenção internacional para desafios como o cansaço físico e psicológico destes trabalhadores, após nove anos de conflito. Ela pediu assistência humanitária, a abertura dos acessos e a renovação de mecanismo para o fornecimento de ajuda de Al Arabiya.