Carta da ONU é guia para enfrentar desafios e corrigir fragilidades atuais
Conferência de São Francisco, que criou a Organização, ocorreu há 75 anos; Secretário-geral diz que princípios do Tratado que fundou as Nações Unidas continuam sendo verdadeiros; desafios globais atuais incluem pandemia e protestos contra desigualdades e outros temas.
A ONU marca neste 26 de junho, os 75 anos da assinatura da Carta das Nações Unidas. O documento elaborado em 1945 na Conferência sobre Organização Internacional em São Francisco, nos Estados Unidos, entrou em vigor em 24 de outubro do mesmo ano.
Representantes de 50 países, incluindo o Brasil, firmaram a Carta da ONU no encerramento do evento, de dois meses. A Polônia, que esteve como integrante original, formalizou esse ato dois meses depois.
Pandemia e protestos
Em mensagem, o secretário-geral, António Guterres, realça que a Carta da ONU e seus princípios continuam sendo verdadeiros atualmente. Ele citou problemas recentes que devem ser confrontados e resolvidos: a pandemia e os protestos contra o racismo.
Mas Guterres aponta ainda o que chama de valores duradouros que conduzem ao futuro novo começando pela fé em direitos humanos fundamentais.
O secretário-geral mencionou os direitos iguais de homens e mulheres, a dignidade e o valor de cada pessoa, o direito internacional e a solução pacífica de disputas, além de melhores padrões de vida “em maior liberdade”.
Guterres destacou ainda o que deve ser superado para esse futuro, incluindo os danos ao meio ambiente, a busca de solução as mudanças climáticas, a rejeição ao fanatismo e a celebração da diversidade humana. Ele sublinhou que os jovens devem assumir a liderança em vários campos da sociedade.
Mulheres
A mensagem destaca que quando as Nações Unidas foram fundadas, não existiam ameaças como o crime cibernético e o discurso de ódio online. Para Guterres, a Carta mostra como fazer frente a esses desafios.
A mensagem termina com um apelo à humanidade e à união para que seja realizada a visão de paz, direitos humanos e justiça para todos mencionada nesse tratado. Entre os presentes na conferência de São Francisco estava a cientista e diplomata brasileira Bertha Lutz. Ela liderou um grupo de mulheres que permitiram que a igualdade de gênero fosse mencionada na Carta da ONU.
A inclusão da defesa dos direitos das mulheres e a criação de um órgão intergovernamental para a promoção da igualdade de gênero no documento fizeram parte das propostas desse grupo de participantes latino-americanas.