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Apelo de cessar-fogo global ganha adesão de 170 países das Nações Unidas BR

Tanque militar danificado virou local de brincadeira para crianças em Bengazi, na Líbia
Unmas/Maximilian Dyck
Tanque militar danificado virou local de brincadeira para crianças em Bengazi, na Líbia

Apelo de cessar-fogo global ganha adesão de 170 países das Nações Unidas

Assuntos da ONU

Secretário-geral diz que trégua mundial é fundamental para combater pandemia da Covid-19; nesta terça-feira, grupo de 10 países publicou declaração endossando apoio à iniciativa de António Guterres.

Pelo menos 170 Estados-membros e Estados Observadores na ONU aderiram a um apelo do secretário-geral, António Guterres, para um cessar-fogo global. O objetivo é combater a pandemia de Covid-19. 

Nesta terça-feira, um grupo de 10 países emitiu uma nota reforçando o apelo. Assinam a declaração Bangladesh, Equador, Egito, Jamaica, Japão, Malásia, Omã, Senegal, Eslovênia e Suécia.

Importância

Em nota, o grupo diz que apoia “fortemente” a proposta de António Guterres, anunciada em 23 de março. Os países se dizem “encorajados” pelo crescente apoio expresso por Estados-membros, observadores, atores não-estatais, organizações da sociedade civil e líderes religiosos.

Segundo eles, a propagação do novo coronavírus impactou profundamente os três pilares das Nações Unidas: paz e segurança, desenvolvimento e direitos humanos.

Até esta terça-feira, 9 milhões de casos haviam sido confirmados com 470 mil mortes.

O grupo expressa “profunda preocupação pela continuação das hostilidades em várias partes do mundo, durante uma crise global da saúde, e seu impacto arrasador sobre os mais vulneráveis, especialmente mulheres e crianças.”

Por tudo isso, são precisos mais esforços para salvar vidas e combater as consequências socioeconômicas. O grupo destaca ainda “a importância da unidade global e da solidariedade no enfrentamento desse flagelo.”

Diplomacia

Para eles, “o multilateralismo, o Estado de direito, o diálogo e a diplomacia pela paz são fundamentais para promover e apoiar os esforços para a solução pacífica de conflitos.” Mulheres têm um “papel crucial” na construção de uma paz sustentável e a participação da juventude é “fundamental”.

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Na declaração, os Estados-membros afirmam que a paz “é indispensável para facilitar o acesso humanitário em situações frágeis e afetadas por conflitos.”

Assim como “os esforços para aliviar o sofrimento humano e resolver conflitos devem andar de mãos dadas com as ações para lidar com a pandemia.”

Batalha

Para terminar, o grupo lembra o 75º aniversário da assinatura da Carta das Nações Unidas, celebrado em 2020, e pede que todos continuem unidos para “dar uma chance à paz.”

Em março, quando o apelo foi lançado, o secretário-geral afirmou que “é tempo de acabar com os conflitos armados” para combater a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, o mundo deve, em conjunto, focar-se “na verdadeira batalha”. 

António Guterres afirmou ainda que “a fúria do vírus põe em evidência a loucura da guerra, de uma forma muito clara.”

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