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Iêmen: carências humanitárias nunca foram tão grandes e financiamento tão pouco BR

No assentamento de Omar Bin Yasser há falta de sabão e as escolas estão fechadas
UNICEF
No assentamento de Omar Bin Yasser há falta de sabão e as escolas estão fechadas

Iêmen: carências humanitárias nunca foram tão grandes e financiamento tão pouco

Ajuda humanitária

Alerta é de agências da ONU, que podem ser forçadas a suspender assistência já nas próximas semanas; taxa de mortalidade de casos de Covid-19, em 24%, é “assustadoramente alta” e muito superior à de outras partes do mundo.

As necessidades humanitárias nunca foram tão grandes no Iêmen e o financiamento tão limitado, anunciaram o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, e Fundo da ONU para a Infância, Unicef. 

No início de junho, 31 doadores prometeram US$ 1,35 bilhão em ajuda humanitária durante um evento de alto nível, mas até sexta-feira apenas 47% das promessas tinham sido entregues.

Pandemia

O país já confirmou 564 casos de Covid-19 e 130 mortes. Segundo o Ocha, isso representa uma taxa de mortalidade “assustadoramente alta”, cerca de 24%.

Os números podem ser mais altos, porque muitas pessoas apresentam sintomas, mas não procuram assistência médica e acabam morrendo. As principais razões são estigma, preocupações com segurança, falta de acesso aos testes e percepção de riscos sobre atendimento.

As agências humanitárias continuam fazendo o possível para aumentar a resposta. Estão dando prioridade ao trabalho com as comunidades e campanhas de informação pública, distribuição de equipamentos médicos e apoio ao sistema público de saúde.

Crianças

Crianças estão entre as maiores vítimas do conflito no Iêmen
Crianças estão entre as maiores vítimas do conflito no Iêmen, Unicef/Ahmed Abdulhaleem

Atualmente, o Unicef tem um apelo de US$ 479 milhões para 2020 que está apenas financiado a 38%. As necessidades mais imediatas são para serviços de água, saneamento e higiene.

Cerca de 8,4 milhões de iemenitas dependem diretamente do Unicef para estes serviços. Quase metade, 4 milhões, são crianças, que estão mais vulneráveis a conflitos, cólera e deslocamento interno.

Se a agência não receber US$ 30 milhões até o final deste mês, serviços de água, saneamento e higiene começarão a ser fechados em julho. 

Covid-19, cólera e diarreia

Não será possível comprar combustível para estações de bombeamento de água ou manter a infraestrutura de saneamento. Também não será possível distribuir kits básicos de higiene que incluem sabão, um bem crítico para evitar cólera e Covid-19.

Água potável, saneamento e de higiene também são importantes para combater a epidemia de cólera e diarreia. Mais de 137 mil casos foram registrados desde o início do ano. Quase um quarto eram crianças com menos de 5 anos.

Para manter todos estes serviços até o final do ano, o Unicef precisa de US$ 110 milhões. Esse valor permitirá chegar a mais 2,8 milhões de pessoas que devem começar precisando de apoio nos próximos meses.

O Unicef apela ainda que os doadores aumentem seu apoio a esta crise humanitária, dizendo que “as crianças no centro do pior desastre humanitário do mundo precisam de ajuda.”

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