Guterres diz que mundo deve sair da crise com economia “mais justa, verde e resiliente”
Secretário-geral diz que recuperação para níveis pré-crises de empregos e produção levará anos; em encontro com investidores globais, ele diz que setor privado precisa tomar decisões financeiras considerando impactos ambientais e sociais.
O secretário-geral da ONU participou de um encontro virtual com um novo grupo do setor privado: os Investidores Globais para a Aliança de Desenvolvimento Sustentável, Gisd.
No evento, António Guterres pediu ao grupo que ajude a transformar as crises atuais em oportunidades de se “construir uma economia global mais justa, mais verde e mais resiliente que inclua todos”.
Tecnologia
O grupo reúne cerca de 30 chefes de instituições financeiras, empresas industriais e provedores de serviços de tecnologia. São proprietários, gerentes de ativos e outras empresas de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

O secretário-geral disse que a influência e experiência do grupo empresarial internacional pode ajudar a aumentar a contribuição do setor privado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
No evento, Guterres destacou os impactos severos da pandemia da Covid-19: aumento do desemprego e fechamentos temporário de negócios que se tornam permanentes. Para o chefe da ONU, a reconstrução para atingir os níveis pré-crise de emprego e produção pode levar anos.
Metas globais
O atual choque econômico coloca em risco os ganhos do desenvolvimento afastando o mundo dos trilhos nos esforços para alcançar as metas globais.
O chefe da ONU destacou que “como sempre, os mais pobres e vulneráveis sofrem mais com a perda de empregos e doenças, sistemas de saúde sobrecarregados e insuficientes e a falta de redes de segurança social.”
Guterres lembrou o objetivo do enviado especial sobre Ação Climática e Finanças, Mark Carney, de garantir que todas as decisões financei
as levem em consideração a impactos ambientais e sociais
Para ele, esse alvo é mais importante do que nunca nos próximos meses e disse que empresas, investidores e países devem tomar grandes decisões financeiras sobre o futuro.
Transição
António Guterres pediu ação do empresariado, em primeiro lugar comunicando de acordo com a Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima e apoiando os apelos para tornar possível essa obrigação.
Em segundo: o pedido é que o setor privado analise o impacto dos riscos climáticos nos modelos de negócios em desenvolvimento. Por fim, ele apelou que haja planos de transição para se alcançar zero emissão de dióxido de carbono nas empresas representadas no Gisd.
Para Guterres, as crises em geral tendem a ser múltiplas e complexas e deverão exigir o aumento de recursos já limitados e causar sofrimento humano mais generalizado. Por isso, ele pediu que a crise atual sirva para “moldar um futuro melhor”.
