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Fundo destina US$ 40 milhões para combater ebola na RD Congo BR

Um cuidador no Centro de Tratamento Ebola de Butembo, beija um bebê de sete meses que perdeu a mãe devido ao ebola poucos dias antes.
© UNICEF/Vincent Tremeau
Um cuidador no Centro de Tratamento Ebola de Butembo, beija um bebê de sete meses que perdeu a mãe devido ao ebola poucos dias antes.

Fundo destina US$ 40 milhões para combater ebola na RD Congo

Saúde

Chefe do Escritório para Assistência Humanitária, Mark Lowcock, anunciou liberação da verba do Fundo Central de Resposta de Emergência para tratar emergência no país africano; novo surto de ebola foi notificado na província de Equatoria.

As Nações Unidas destinaram US$ 40 milhões para combater o ebola no noroeste da República Democrática do Congo, que está enfrentando um novo surto  na província de Equatoria.

Em comunicado, nesta segunda-feira, o chefe para Assistência Humanitária da ONU informou que a quantia será liberada pelo Fundo Central de Resposta de Emergência, Cerf.

Nos confrontos foram saqueados e inutilizados 10 centros de saúde.
Na semana passada, o governo congolês informou pelo menos quatro mortes por ebola. Foto: Unicef/Patrick Brown

Sarampo e Covid-19

Mark Lowcock lembrou que a RD Congo vive várias crises humanitárias e de saúde. Desde 4 de junho, foram notificados quase 3,5 mil casos da Covid-19 com 74 mortes. A nação africana tem ainda o maior surto de sarampo do mundo. 

Na semana passada, o governo congolês informou pelo menos quatro mortes por ebola em Mbandaka, na província de Equatoria.

O surto de ebola começou em meados de 2018 e já matou mais de 2,2 mil pessoas.

A verba de US$ 40 milhões do Fundo de Emergência servirá para reforçar o apoio aos sobreviventes de ebola, estabelecer sistemas de alerta e vigilância nas comunidades e melhorar os mecanismos de resposta. Além disso, os congoleses afetados receberão abrigos, alimentos e serviços de água, saneamento, saúde e educação.

Comunidade global

O subsecretário-geral Mark Lowcock disse que o que ocorre na RD Congo é um forte lembrete de que a comunidade global não pode esquecer de outras crises humanitárias que existiam antes da pandemia.

Por várias vezes, a RD Congo esteve perto de anunciar o fim do surto de ebola no país. A Organização Mundial da Saúde recomenda esperar 42 dias após o último paciente receber a confirmação de um teste negativo.

O Escritório para Assistência Humanitária da ONU, Ocha, afirma que é preciso construir a capacidade congolesa de combater o ebola, criada durante o surto, e reforçar o sistema de saúde do governo com base no cuidado universal de saúde.

A verba de US$ 40 milhões junta-se a uma liberação anterior de US$ 30 milhões para emergências subfinanciadas. 

Desde o surgimento do Fundo Central, centenas de milhões de pessoas já foram atendidas em mais de US$ 6,5 bilhões em 104 países e territórios.
 
 

Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.
OMS/Lindsay Mackenzie
Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.