Nações Unidas, setor privado e sociedade civil unem-se para socorrer migrantes no México
Mais de 50 pessoas em Ciudad Juárez, na fronteira com Estados Unidos, foram abrigadas em hotéis improvisados após albergues de mirantes fecharem as portas por risco de Covid-19; entre janeiro e maio deste ano, 11 mil pessoas passaram por Ciudad Juárez na tentativa de entrar nos Estados Unidos.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, no México, está atuando com agências parceiras na sociedade civil e no setor privado para assistir migrantes afetados pela pandemia do novo coronavírus, na fronteira com os Estados Unidos.
Em Ciudad Juárez, mais de 50 migrantes foram abrigados num “Hotel Filtro” em Chihuahua, no norte do país, onde receberam assistência médica até que pudessem ser transferidos para um dos 17 abrigos permanentes da área.
Gravidez
Autoridades locais obrigam uma quarentena para os que chegam e muitos migrantes não podem pagar a hospedagem.
Com a parceria, a agência da ONU uniu forças com quase 40 organizações civis, acadêmicos e comércio, além de agentes do governo local e estatal.
Uma migrante centro-americana de 32 anos, que está nas últimas semanas de gravidez, foi atendida ao lado de mais três filhos entre 3 e 9 anos de idade.
O local tem capacidade para 108 pessoas e foi aberto em 9 de maio para apoiar os migrantes que precisam de ajuda e que perderam seus salários por causa da crise global de Covid-19.
As Américas tornaram-se o epicentro das contaminações e o recorde de novas infecções vem da América do Sul e da América Central.
Ao relento
Os migrantes podem ficar no hotel por até duas semanas enquanto recebem apoio psicossocial e aulas de idioma. As pessoas que são testadas com o coronavirus vão para uma área de isolamento.
Uma das famílias assistidas disse que está tentando chegar aos Estados Unidos para se juntar a parentes que migraram para a nação vizinha.
Durante décadas, Ciudad Juárez tem sido a porta de entrada para migrantes de Honduras, Guatemala, El Salvador, Brasil, Cuba, Equador e Peru. Mas passam por ali também migrantes da África e de países asiáticos.
A OIM estima que somente de janeiro a maio deste ano, pelo menos 11 mil pessoas cruzaram por Ciudad Juárez, e deste total cerca de 8 mil foram deportados dos Estados Unidos no mesmo período.
Cerca de mil migrantes eram mexicanos deslocados pela violência, e 2 mil retornaram com base nos Protocolos de Proteção a Migrantes (MMP). O programa trata de candidatos a asilo com audiência marcada na justiça.
A agência da ONU afirma que mais de 1,2 mil pessoas estão vivendo em abrigos e entre 4 mil a 6 mil se dispersaram por hospedagens financiadas do próprio bolso ou dormem ao relento.