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OMS decide continuar teste com cloroquina sobre tratamento contra Covid-19 BR

Campanha contra a Covid-19 na Venezuela. Casos estão aumentando na América Latina
Ocha/Gema Cortes
Campanha contra a Covid-19 na Venezuela. Casos estão aumentando na América Latina

OMS decide continuar teste com cloroquina sobre tratamento contra Covid-19

Saúde

Organização Mundial da Saúde diz que membros da comissão examinadora acreditam que não existe necessidade de parar análise por causa de taxas de mortalidade; novos casos da doença continuam a baixar na Europa.

Os testes com o medicamento hidroxicloroquina para tratar a Covid-19 vão continuar, segundo a Organização Mundial da Saúde.

A agência havia decidido suspender a análise devido ao número de óbitos relacionados ao remédio em pacientes da pandemia, mas repensou a medida. Os testes estão sendo coordenados pelo Grupo Executivo do Ensaio Solidariedade. 

Mais de 200 medicamentos

Durante uma entrevista a jornalistas, nesta quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, contou que a comissão examinadora não considera a taxa de mortalidade uma razão para suspender os testes da cloroquina. Ao todo, mais de 200 medicamentos estão sendo analisados para determinar a eficácia no tratamento do novo coronavírus.

Até o momento, já foram recrutados mais de 3,5 mil pacientes em 35 países para esses ensaios clínicos.

Ao se referir a atual pandemia de Covid-19, Tedros relatou que o mundo notificou mais de 100 mil casos nos últimos cinco dias. A região das Américas continua liderando o número de novas infecções enquanto na Europa, a quantidade de contaminações começa a baixar. 

América do Sul e América Central

Para ele, a situação é mais preocupante na América do Sul e na parte central do continente, onde o número de casos acelera.

Na terça-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, reforçou a necessidade urgente de manter as medidas de isolamento social para frear a doença.

A OMS também emitiu novas diretrizes sobre a Covid-19 em crianças, formas de vigilância e um protocolo para os agentes de saúde, que se contaminam com o vírus. 

A organização também analisa aspectos éticos sobre o uso de tecnologia digital no rastreamento da Covid-19 e como eles interferem com o direito à privacidade e sigilo dos pacientes. 

Cursos para 3 milhões 

Além disso, a organização está atualizando detalhes sobre o uso da telemedicina ou o atendimento online de pacientes. 

Chefe da OMS disse que os casos aumentam exponencialmente e os hospitais atingem a capacidade máxima.
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que já foram recrutados mais de 3,5 mil pacientes em 35 países para ensaios clínicos. OMS/Christopher Black

Milhões de trabalhadores de saúde continuam sendo treinados em todo o mundo para empregar as recomendações. A plataforma da OMS sobre o tema já recebeu 3 milhões de matrículas para treinamentos sobre a Covid-19.

Ao todo, estão sendo oferecidos 12 cursos em 27 línguas.

Ebola

O chefe da OMS também falou sobre uma outra crise de saúde, um ressurgimento do vírus ebola no noroeste da República Democrática do Congo, na África, que já matou quatro pessoas na província de Equatoria. 

A agência despachou cerca de 50 pessoas da OMS e organizações parceiras para a região com doses da vacina contra o ebola e kits de testagem.

O Unicef também enviou mais de 30 trabalhadores para a área atingida. Uma das vítimas fatais nos oito casos detectados era uma adolescente.