ONU prepara conferência de doadores para o Iêmen visando angariar US$ 2,4 bilhões BR

Comunidade humanitária quer continuar apoiando 19 milhões de iemenitas; sem fundos, país fica ameçado pelo flagelo da fome e por piora na situação da Covid-19 e outras doenças como cólera, dengue e malária.
Agências das Nações Unidas e ONGs parceiras querem arrecadar US$ 2,4 bilhões numa conferência de doadores virtual agendada para esta terça-feira. O objetivo é garantir que o auxílio aos iemenitas continue entre junho a dezembro deste ano.
A ajuda humanitária deve atender as 19 milhões de pessoas afetadas por mais de cinco anos de conflito, deslocamento, desnutrição, doenças e um sistema de saúde fragilizado ainda mais agora com a pandemia de Covid-19.
Com os fundos do evento coorganizado pelas Nações Unidas e pela Arábia Saudita serão financiadas mais de 200 agências. Elas atuarão de forma coordenada para oferecer auxílio em alimentos, nutrição e assistência médica que inclui 3,6 milhões deslocados.
As Nações Unidas destacaram que se o evento não alcançar os objetivos, o receio é que o cenário de fome retorne. Também poderá piorar a situação da Covid-19 e de outras doenças fatais como cólera, dengue e malária.
Nas próximas semanas, a falta de fundos poderá ditar cortes ou encerramento de 30 programas, incluindo nutrição suplementar para 1,7 milhão de crianças e grávidas. Cerca de 250 mil menores de idade ficarão com apoio cortado ou eliminado e expostas à doenças evitáveis ou morte.
Esses riscos serão ainda maiores com a redução de serviços de equipes móveis e centros de tratamento para crianças com desnutrição grave. A situação deverá afetar dezenas de milhares de crianças.
Outra área em risco com a limitação de serviços é a de água e saneamento nas principais cidades do Iêmen. A interrupção iminente deixará milhões de pessoas em risco de contrair doenças transmitidas pela água, como cólera.
Também poderão parar serviços especializado para pacientes infantis como rastreamento, reunificação a famílias, apoio psicológico e assistência urgente aos sobreviventes da violência de gênero.
Na área da saúde, os pacientes que precisarem de cirurgia ou com doenças crônicas ficarão sem ajuda. Para o caso da Covid-19, os parceiros dizem que têm priorizado a rápida expansão da capacidade dos serviços de emergência nos hospitais iemenitas.