Agências da ONU elogiam promessas de US$ 2,7 bilhões para migrantes e refugiados venezuelanos BR

Fundos foram acordados em evento organizado por Acnur e OIM na terça-feira; enviado da ONU disse que região oferece “resposta sem precedentes” ao deslocamento com notável solidariedade e hospitalidade.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, e a Organização Internacional para as Migrações, OIM, elogiaram a promessa de doadores internacionais em apoio a venezuelanos.
A Conferência Internacional de Doadores em Solidariedade com Refugiados e Migrantes Venezuelanos na América Latina e Caribe arrecadou US$ 2,79 bilhões em ajuda de emergência, incluindo US$ 653 milhões em doações.
O evento, realizado na terça-feira, pretendia mobilizar ajuda para a que é considerada uma das maiores crises globais de deslocamento, agravada pela Covid-19.
As duas agências coorganizaram a conferência online, convocada pela União Europeia e Espanha com o apoio do Canadá e da Noruega.
Mais de 60 nações anunciaram promessas de ajuda para os cerca de 5 milhões de venezuelanos que deixaram o país depois da crise. Cerca de 80% deles vivem em países da América Latina e do Caribe.
Para o representante especial conjunto Acnur e da OIM, Eduardo Stein, as contribuições “farão uma diferença real nas vidas de refugiados e migrantes da Venezuela, que foram extremamente afetados pela pandemia”.
Ele destacou que os países da região deram uma resposta sem precedentes a esse deslocamento, com notável solidariedade e hospitalidade enquanto enfrentavam desafios significativos para as próprias economias e sociedades.
Eduardo Stein lembrou ainda que, nos próximos meses, será crucial manter a liderança e o compromisso demonstrados na conferência em apoio a refugiados, migrantes e seus anfitriões.
Os efeitos econômicos e de saúde da pandemia impactaram as nações de acolhimento. Entre os desafios agravados pela Covid-19 estão a perda de renda e dos meios de subsistência para cobrir necessidades básicas diárias. Esses requisitos incluem abrigo, alimentação e assistência médica.
As agências da ONU destacam ainda que muitos venezuelanos correm também o risco de serem expostos à violência, à estigmatização, à exploração e ao abuso de gênero.
Para Stein, diante da atual emergência mundial da saúde, muitos refugiados e migrantes da Venezuela correm o risco de ficar de fora dos programas de saúde e bem-estar social, especialmente os que vivem em situação irregular.
A conferência acontece seis meses após os compromissos de solidariedade estabelecidos em Bruxelas. A ideia era mobilizar fundos humanitários adicionais para venezuelanos e comunidades que os abrigam.
A conferência também angariou fundos para a integração socioeconômica dos migrantes e venezuelanos nos países de acolhimento.
O Plano lançado em novembro do ano passado incentiva os esforços dos governos regionais para atender as necessidades mais urgentes dos venezuelanos, além de garantir a integração e inclusão de venezuelanos nos sistemas nacionais.