Preço reduzido de internet e telefonia não garante acesso a todos BR

União Internacional de Telecomunicações, UIT, promove conectividade universal às tecnologias de informação e comunicação como condição para o desenvolvimento sustentável.
A análise global da União Internacional de Telecomunicações, UIT, revela que os preços de serviços de dados e voz e de banda larga fixa de internet estão caindo.
Mas para a agência da ONU, a redução não se traduz em mais acesso pelo mundo.
O relatório “Mensurando o Desenvolvimento Digital: Tendências de Preço das TICs 2019” indica outras barreiras de acessibilidade para os consumidores desses serviços.
O chefe da UIT, Houlin Zhao, afirma que manter os preços num patamar acessível facilita o serviço a usuários de baixa renda.
Para ele, principalmente nesse momento de pandemia, a internet é uma fonte de informações e proteção para as pessoas. Assim como um meio de trabalho a distância e de contato com amigos e parentes.
Os dados da UIT indicam, no entanto, que o preço dos serviços não é a única barreira para conexão.
Outros fatores como baixo nível de instrução, falta de conteúdo relevante e nas línguas locais, além de falta de noções de informática e conectividade de qualidade ruim podem influenciar.
A crise da Covid-19 demonstra que ninguém está imune até que todos estejam imunes e para que o potencial da tecnologia seja utilizado, é preciso o acesso universal, afirma uma das diretoras da UIT, Doreen Bogdan-Martin.
O relatório sugere que serviços de telefonia somente de voz seguem acessíveis na maioria dos países. Em 70 nações, por exemplo, um plano de baixo uso custava, em 2019, menos de 1% da renda nacional bruta per capita. E em outros 37 países a taxa era de 2%.
A redução de preços ocorreu também nos planos com pacotes de serviços de dados e voz.
De 2013 a 2019, os preços têm caído em relação à renda per capita. Um pacote de 1,5 megabite passou de 8,4% da renda per capita em 2013 para 3,2% no ano passado.
A Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável estabeleceu uma meta de 2% a 5% da renda per capita até 2025. Mas é preciso fazer mais.
Existem nove países em desenvolvimento e 31 das nações menos desenvolvidas do mundo que ainda têm que alcançar a meta mínima de 2% até 2025.
Pacotes fixos de banda larga continuam mais caros que de telefonia móvel. Aqui, o preço dos últimos quatro anos não mudou muito, mas subiu o interesse para as ofertas de internet mais veloz.