ONU discute resposta conjunta a pandemia de covid-19
Ecosoc organizou encontro com representantes de cinco agências e alta comissária para direitos humanos; vacinas, apoio aos mais vulneráveis e preparação do mundo pós-pandemia foram alguns dos temas em destaque.
O Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, realizou esta segunda-feira um encontro com cinco agências da ONU e a alta comissária para os direitos humanos, Michelle Bachelet, para discutir uma resposta conjunta à pandemia da covid-19.
O encontro reuniu representantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, Organização Internacional do Trabalho, OIT, Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico, Escap, e Organização Mundial da Saúde, OMS.
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A vice-secretária geral da ONU, Amina Mohammed, falou sobre a resposta que a ONU está realizando em 162 países e territórios, com foco na resposta de emergência, ajuda humanitária e recuperação econômica.
A presidente do Ecosoc, Mona Juul, disse que a pandemia “expôs e aumentou as desigualdades que existem nas sociedades.” Segundo ela, isso deve ser uma motivação para reconstruir de forma diferente e uma oportunidade para não deixar ninguém para trás.
O secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi, também falou sobre o momento pós-pandemia. Segundo ele, “uma recuperação sustentável deve lidar com as vulnerabilidades que já existiam e, ao mesmo tempo, lidar com as consequências diretas da covid-19.”
Empregos
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, disse que seis em cada 10 trabalhadores trabalham na economia informal, com maior concentração de mulheres, e estão mais sujeitos a efeitos adversos da pandemia.
Ele deu o exemplo das fábricas de roupa em Bangladesh, que dependem de encomendas do mundo ocidental. Com essas encomendas suspensas, cerca de 4 milhões de mulheres ficaram sem qualquer apoio financeiro.
Michelle Bachelet também mostrou preocupação com a situação de mulheres em todo o mundo, dizendo que são afetadas de forma desproporcional. Segundo a alta comissária, “se não estiverem todos seguros, ninguém estará seguro.”
Bachelet afirmou que “a covid-19 não discrimina, mas o seu impacto sim.” Segundo ela, a violência doméstica aumentou três vezes e outros grupos vulneráveis, como pessoas com deficiência, LGBT e idosos, também correm mais riscos.
A chefe dos direitos humanos disse ainda que “alguns dos países com melhor respostas à covid-19 são liderados por mulheres, que mostram capacidade de decidir e usam planos de ação com compaixão.”
Saúde
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que, há 19 semanas, o mundo sabia pouco sobre o vírus, mas começou de imediato o trabalho para desenvolver uma vacina.
O chefe da agência disse que uma vacina pode estar pronta entre 10 a 16 meses. Nesse momento, existem entre sete a oito opções sendo estudadas, envolvendo mais de 400 cientistas.
Apesar da sua importância, os US$ 8 bilhões angariados numa iniciativa da União Europeia não serão suficientes para produzir uma vacina para todas as pessoas.