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ONU lança apelo humanitário de US$ 6,7 bilhões para proteger milhões de vidas BR

Menina em campo para deslocados intenos de Khair Al-Sham na Síria
Ocha
Menina em campo para deslocados intenos de Khair Al-Sham na Síria

ONU lança apelo humanitário de US$ 6,7 bilhões para proteger milhões de vidas

Ajuda humanitária

Novo apelo inclui mais nove países, incluindo Moçambique; covid-19 já atingiu todos os países, com mais de 3,6 milhões de casos confirmados e mais de 251 mil mortes; pico nas nações mais pobres é esperado dentro de três a seis meses.

As Nações Unidas lançaram esta quinta-feira um apelo humanitário de US$ 6,7 bilhões para ajudar a combater os efeitos da pandemia de covid-19 nos países mais vulneráveis do mundo. 

No lançamento do plano, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “ajuda humanitária não é apenas uma obrigação moral, é uma necessidade prática para combater o vírus.”

Resposta 

O apelo atualiza o plano lançado em 25 de março, que pedia US$ 2 bilhões e foi financiado a 50%. Segundo o chefe da ONU, esses fundos “estão tendo resultados e ajudando aqueles que mais precisam.”

A covid-19 já atingiu todos os países do mundo, com mais de 3,6 milhões de casos confirmados e mais de 251 mil mortes. O pico da doença nos países mais pobres é esperado dentro de três a seis meses.

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, pediu “ação rápida e determinada.” Segundo ele, “os efeitos mais arrasadores e desestabilizadores serão sentidos nos países mais pobres do mundo.”

O novo plano inclui nove países que não estavam incluídos no primeiro apelo humanitário. Além do lusófono Moçambique, a lista inclui Benin, Djibuti, Libéria, Paquistão, Filipinas, Serra Leoa, Togo e Zimbábue. 

O chefe humanitário afirmou que, se não forem tomadas medidas de imediato, o mundo deve “estar preparado para um aumento significativo de conflitos, fome e pobreza.” A fome também deve ressurgir em vários locais. 

Segundo ele, “todos lidarão com os efeitos colaterais durante muitos anos”, o que “seria ainda mais doloroso e mais caro para todos.”

Serviços

O plano é a principal ferramenta de captação de recursos da comunidade internacional, reunindo apelos de várias agenciais da ONU e ONGs.

O diretor executivo de emergências de saúde da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que “o confinamento e outras medidas estão tendo um grande impacto nos serviços essenciais de saúde.” Para ele, é extremamente importante manter esses serviços, da vacinação à saúde sexual, reprodutiva e mental.

O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que “a ONU está determinada a manter o rumo e proteger refugiados, deslocados internos, apátridas e comunidades de acolhimento.” Para Grandi, “as necessidades são vastas, mas não intransponíveis.”

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Já o diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos, PMA, lembrou que a agência apoia quase 100 milhões de pessoas todos os dias. David Beasley disse ainda que “se não for possível manter essas operações, a pandemia de saúde será seguida muito em breve por uma pandemia de fome.”

Ajuda

Desde que o primeiro plano foi lançado, em 25 de março, foram arrecadados US$ 1 bilhão para apoiar 37 países.

Esses fundos ajudaram a instalar estações de lavagem das mãos em locais prioritários, como campos de refugiados, e distribuir luvas, máscaras cirúrgicas, respiradores e outros equipamentos. 

Também foram criados novos centros de transporte para distribuir suprimentos e mais de 1,7 milhão de pessoas, incluindo profissionais de saúde, foram treinadas para identificar o vírus e proteger as populações. 

Segundo uma análise do Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Ocha, proteger os 10% de pessoas mais vulneráveis custa cerca de US$ 90 bilhões. Isso equivale a 1% do atual pacote global de estímulo implementado pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde, e do G-20.