OMS nas Américas pede a países que analisem tendências antes de relaxar medidas contra pandemia
Diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde alertou sobre possibilidade de crise humanitária no Haiti por causa da covid-19; Brasil é o segundo país com mais casos na região após Estados Unidos.
Antes de reduzir medidas de distanciamento social contra a covid-19, os países das Américas devem analisar as tendências específicas de seus próprios contextos e realidades.
O conselho é da diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas. Carissa Etienne.

Aumento
Durante entrevista a jornalistas, na terça-feira, ela alertou que reduzir as medidas de distanciamento social muito cedo pode levar a um aumento no número de casos e acelerar a disseminação do vírus.
A médica expressou preocupação com o caso do Haiti, que corre risco de um surto em grande escala que pode levar a uma crise humanitária. A chefe da Opas contou que 17 mil haitianos voltaram da República Dominicana, o país vizinho, que está com altos níveis de contaminação.
Uma outra preocupação é com a falta de acesso dos Haiti anos a água e saneamento.
Estados Unidos e Brasil
Desde a primeira notificação de covid-19, nas Américas, há mais de três meses, o vírus já se espalhou para todos os países da região. Até este 4 de maio, havia mais de 1,4 milhão de casos e mais de 86 mil mortes.
Ela afirmou que em alguns países, o número de novos casos dobra em poucos dias como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Equador, Peru, Chile e México.
O Brasil é o segundo país com maior número de casos atrás dos Estados Unidos.
Para Carissa Etienne a situação revela que os governos devem implementar uma série de medidas como testagem, rastreamento de contatos e o distanciamento social.

América Central
A chefe da Opas disse que a agência está preocupada com relatos de pequenas cidades na América do Sul sem capacidade hospitalar, e afirmou que a América Central precisa ampliar a testagem.
No caso do Caribe, ela elogiou medidas tomadas por alguns países de combate à pandemia que estão dando certo.
A chefe da Opas disse que qualquer decisão deve ser baseada em dados sobre novos casos, número de mortes e a capacidade de leitos em hospitais.