ONU elogia criminalização de mutilação genital feminina no Sudão
País é um dos Estados-membros onde a prevalência da prática é mais alta, cerca de 86,6% de todas as mulheres; representante do Unicef afirma que agora é preciso trabalhar com as comunidades para fazer cumprir a lei.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, destacou a decisão “histórica” do governo de transição do Sudão para criminalizar Mutilação Genital Feminina, MGF.
A lei foi aprovada pelos Conselhos Soberano e Ministerial em 22 de abril. Segundo a agência, isso acontece “após anos de advocacia persistente e vigorosa de todos os interessados.”
Trabalho
O Unicef destaca o trabalho de mulheres e crianças, doadores, incluindo Reino Unido e Suécia, agências da ONU, organizações internacionais e comunitárias.
O Sudão é um dos países onde a prevalência desta prática é mais alta. De acordo com dados de 2014, 86,6% das mulheres tinham sido vítimas. Na faixa etária mais jovem, até aos 14, a porcentagem caiu de 37% em 2010 para 31,5% em 2014.
O representante do Unicef no Sudão, Abdullah Fadil, disse que "prática não é apenas uma violação dos direitos de todas as meninas, é prejudicial e tem sérias consequências para a saúde física e mental."
Fadil disse que, agora, é preciso “trabalhar muito com as comunidades para fazer cumprir essa lei.” A intenção não é criminalizar os pais, mas sim aumentar a conscientização entre os diferentes grupos, incluindo parteiras, profissionais de saúde, pais e jovens.