Quase metade da força de trabalho global sob risco com aumento de desemprego gerado por pandemia
Mais de 430 milhões de empresas de manufaturados e varejo ameaçadas de “sérias interrupções”, segundo relatório; mundo tem 3,3 bilhões de trabalhadores.
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, afirmou que é preciso proteger, urgentemente, os trabalhadores em situações mais vulneráveis por causa da crise gerada pela covid-19 no mundo.
Em comunicado, Guy Ryder lembrou que milhões de trabalhadores estão sem salário, sem comida, sem segurança social e sem futuro.
Faces
Ao falar das empresas, Ryder disse que milhões de companhias não têm fundos de reserva nem crédito. O chefe da OIT ressalta que essas são as verdadeiras faces da pandemia, e que sem ajuda, elas deixarão de existir.
Os dados fazem parte da terceira edição do Monitor OIT: Covid-19 e o mundo do trabalho, divulgado nesta quarta-feira.
Em todo o mundo, existem 3,3 bilhões de trabalhadores, mas 2 bilhões atuam na economia informal representando a fatia mais vulnerável do mercado de trabalho.
Salário
A OIT revela que 1,6 bilhão de pessoas na economia informal estão afetadas na sua subsistência por causa da pandemia.
O fechamento atingiu pesadamente setores chave gerando uma queda de 60% no salário desses trabalhadores já no primeiro mês da crise.
Este número sobre pra 80% em países da África E das Américas. Na Europa e na Ásia Central, as perdas são de 70% e de 21,6% na Ásia-Pacífico.
Carga horária
A agência da ONU estima ainda que a pandemia causou uma queda na carga horária. Deve haver uma deterioração de 10,5% após o segundo trimestre. O que equivale a 305 milhões de empregos de período integral. A situação piorou nas últimas semanas para todas as grandes regiões do mundo.
A OIT afirma que a proporção de trabalhadores dos países que fecharam suas economias caiu de 81% para 68% nos últimos 15 dias.
Apesar de esses resultados devido a mudanças na China, essas medidas têm afetado outros países.
Cerca de 436 milhões de empresas dos setores de atacado e varejo, manufaturados e hospitalidade foram os mais afetados e enfrentam grave risco.
Recuperação
A OIT pede medidas urgentes e flexíveis de recuperação para trabalhadores e empresas especialmente as menores iniciativas e especialmente as que atuam na economia informal.
Para a agência, as medidas de recuperação da economia devem focar na geração de empregos com base em políticas fortes e melhores recursos de proteção social para os trabalhadores.
A OIT afirma que deve haver uma coordenação internacional sobre pacotes de estímulo e medidas de alívio da dívida para que a recuperação seja eficiente e sustentável.