Enviado da ONU elogia cooperação das partes em conflito em momento de pandemia no Oriente Médio
Coordenador especial quer que oportunidades não sejam minadas com eventual piora no contexto político entre Israel e a Autoridade Palestina; incidentes violentos esporádicos causaram três mortos e 27 feridos nos dois lados.
O Conselho de Segurança acompanhou esta quinta-feira o informe do coordenador especial do processo de paz no Oriente Médio. Nickolay Mladenov disse que os confrontos baixaram de forma notável devido às restrições de movimento relacionadas à covid-19 na região.
Três palestinos morreram em incidentes violentos esporádicos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e outros 25 ficaram feridos. Essas ações resultaram em dois feridos do lado islaelense: um civil e um membro das forças de segurança.
Crise
Mladenov destacou o que chamou de “exemplos inspiradores de cooperação entre linhas de conflito” durante a batalha contra o coronavírus. Ele mencionou “eventos preocupantes”, mas disse estar animado porque a crise da covid-19 teria criado “algumas oportunidades de cooperação”.
A expectativa é que “essas oportunidades não sejam minadas ou destruídas se o contexto político entre Israel e a Autoridade Palestina se deteriorar”. O coordenador disse que com o apoio da ONU, os dois lados coordenam esforços para enfrentar a ameaça comum representada pela pandemia mas “muito mais pode e deve ser feito.”
Barreiras
Na intervenção em vídeo, Mladenov afirmou ainda que o reconhecimento dessa interdependência pode se traduzir em um “progresso tangível na solução do conflito, se houver vontade política”.
O apelo aos líderes israelenses e palestinos é que “aproveitem o momento para dar passos em direção à paz e rejeitem movimentos unilaterais “ que em sua avaliação “só aprofundariam a barreira entre os dois povos e minariam as chances de paz”.
O enviado disse haver uma “perspetiva perigosa” de Israel de anexar partes da Cisjordânia, dizendo que essa medida “causaria um golpe arrasador na solução de dois Estados, fecharia a porta para uma renovação das negociações e ameaçaria os esforços para promover a paz regional”.