FMI prevê recessão global de 3% em 2020, maior descida desde Grande Depressão de 1929
Instituição anunciou previsões para economia global, revendo em baixa estimativas devido à pandemia de covid-19; em comparação, economia recuou 0,1% durante crise financeira de 2009; em Angola, economia deve cair 1,4%, no Brasil, 5,3% e em Portugal 8%.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, publicou esta terça-feira as suas previsões para a economia global. A instituição prevê uma recessão global de 3%.
A previsão reflete o impacto da pandemia de covid-19, forçando uma revisão das estimativas publicadas em janeiro, quando estava previsto um crescimento de 3,3%.
Lusófonos
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Usuários podem encontrar informações e diretrizes sobre o novo coronavírus, covid-19. As últimas notícias da ONU, da Organização Mundial da Saúde e das agências das Nações Unidas. Para atualizações diárias da ONU News, clique aqui.Nos países lusófonos, a instituição prevê uma queda de 1,4% em Angola, 5,3% no Brasil e 8% em Portugal. Não foram publicadas estimativas individuais para os outros países de língua portuguesa.
Em 2021, a economia deve mostrar sinais de recuperação, com a economia angolana avançando 2,6%, a brasileira 2,9% e a portuguesa 5%.
Na Zona Euro, economia deve cair 7,5%. Estados Unidos devem ter um recuo de 5,9%. Mercados emergentes e economias em desenvolvimento devem recuar 1%.
A pesquisa parte do pressuposto de que a pandemia atinge o pico no segundo trimestre para a maioria dos países do mundo e recua nos últimos seis meses do ano.
Escala
No relatório, o FMI diz que “a magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica” causada pela covid-19 “é diferente de tudo o que já aconteceu na nossa época.”
Em comparação, a economia global recuou 0,1% durante a crise financeira de 2009. A recessão prevista para 2020 será a pior desde a Grande Depressão de 1929.
A instituição afirma que “esta é uma crise como nenhuma outra” e, por isso, “existe uma incerteza substancial sobre seu impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas.”
Incerteza
Muitos países enfrentam agora várias crises em setores como saúde, finanças e mercados, que interagem de maneiras complexas. Governos estão fornecendo apoio sem precedentes a famílias, empresas e mercados financeiros, mas continua existindo “uma incerteza considerável sobre qual será o cenário econômico no fim do bloqueio.”
Em relação a 2021, o FMI prevê um crescimento de 5,8%, se a pandemia desaparecer no segundo semestre de 2020 e as ações políticas conseguirem evitar um cenário de falências generalizadas, perda prolongada de empregos e tensões financeiras.
A recuperação será parcial, ficando abaixo do nível que era projetado antes do surto. Em dois anos, a perda acumulada do PIB global pode ser de cerca de US$ 9 trilhões, mais do que o PIB anual do Japão e da Alemanha juntos.
Afetados
O FMI diz que “esta é uma crise verdadeiramente global” e nenhum país é poupado.
Pela primeira vez desde a Grande Depressão, economias avançadas, mercados emergentes e economias em desenvolvimento estarão em recessão ao mesmo tempo. A renda per capita é projetada para diminuir em mais de 170 países.
Segundo a pesquisa, combater a propagação do vírus usando bloqueios “permite que os sistemas de saúde lidem com a doença, o que permite a retomada da atividade econômica.” Nesse sentido, o FMI afirma que “não há compromisso entre salvar vidas e salvar meios de subsistência.”
Resposta
Os países devem continuar investindo em seus sistemas de saúde, realizar testes generalizados e abster-se de restrições comerciais aos suprimentos médicos.
Outra recomendação é que haja um esforço global que deve garantir que tanto os países de alta renda como os de baixa renda tenham acesso imediato a tratamentos e vacinas quando estes forem desenvolvidos.
Para o FMI, políticas já adotadas por muitos governos “têm sido a salvação para famílias e empresas.” Esse apoio deve continuar durante toda a fase de contenção para minimizar danos como a perda de empregos.
Os governos também devem começar a planejar a recuperação. À medida que as medidas de contenção são levantadas, as políticas devem mudar rapidamente para apoiar a demanda. Medidas como estímulo fiscal, moratória de pagamentos e reestruturação da dívida podem ser necessárias durante recuperação.