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América Latina e Caribe com crescimento de -4,6% por causa do novo coronavírus BR

Alguns países deverão sofrer ainda mais  por causa da forte dependência em relação ao comércio global.
Agência Brasil/Tânia Rêgo
Alguns países deverão sofrer ainda mais por causa da forte dependência em relação ao comércio global.

América Latina e Caribe com crescimento de -4,6% por causa do novo coronavírus

Desenvolvimento econômico

Previsão do Banco Mundial revela que países da região precisam responder com políticas adequadas para evitar crise financeira, proteger empregos e cidadãos mais vulneráveis.

Um estudo do Banco Mundial sugere que a pandemia de covid-19 deverá lançar a América Latina e o Caribe numa crise financeira.

Segundo estimativas do órgão, a região crescerá -4,6% este ano, e só deverá se recuperar em 2021 com uma performance de 2,6%.

O confinamento social por causa da Covid-19 só veio piorar a situação da violência a crianças e adolescente
Centros comerciais na Cidade do México estão praticamente vazios pela ameaça do covid-19. Foto: ONU Mexico/Alexis Aubin

Assistência 

A pesquisa “A economia em tempos de covid-19” revela que os governos precisam adotar várias políticas em resposta para proteger postos de trabalho e evitar a crise. 

O objetivo é estender a proteção social e programas de assistência aos mais carentes que enfrentam as consequências do isolamento social e da falta de trabalho.

O estudo foi divulgado pelo Escritório do economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, em Washington. 

Tempestade 

Segundo o informe, os governos da região devem precisar apoiar instituições do setor financeiro que são chaves para o emprego. 

O vice-presidente interino do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Humberto López, afirma que o mercado financeiro e os empregadores devem cooperar para enfrentar a tempestade. 

Ele lembrou que uma série de choques, no ano passado, atingiu o crescimento latino-americano com protestos de rua, a queda no preço do petróleo e por último, este ano, com a crise global de saúde. 

Segundo o informe, os governos da região devem precisar apoiar instituições do setor financeiro que são chaves para o emprego.
Pnud Peru
Segundo o informe, os governos da região devem precisar apoiar instituições do setor financeiro que são chaves para o emprego.

China e G-7

Uma outra preocupação do Banco Mundial é a interrupção na cadeia de fornecimento. A demanda da China e das sete maiores economias do mundo, o G-7, está caindo fortemente e afetando os exportadores de commodities da América do Sul. O mesmo ocorre com os exportadores de serviços e de manufaturados da América Central. 

A queda no setor de turismo em países latino-americanos e caribenhos é outro sinal dos efeitos negativos da pandemia. 

A OIT manifestou preocupação com os trabalhadores do setor informal que não participam de uma rede de cobertura de bem-estar social e previdência. 
Rovena Rosa/Agência Brasil
A OIT manifestou preocupação com os trabalhadores do setor informal que não participam de uma rede de cobertura de bem-estar social e previdência. 

Informalidade

Para o Banco Mundial, um outro motivo de alerta é o alto nível de informalidade no emprego, na região. Isso dificulta um acesso das autoridades a todos os lares com programas de assistência. 

Muitos lares nações têm os recursos para manter a quarentena e o isolamento social e sobrevivem de remessa as do exterior que deixaram de ser enviadas por causa da crise gerada pela covid-19. 

O Banco Mundial afirma que os governos terão de arcar com o fardo de muitas dessas perdas. Isso irá requerer assumir responsabilidades em instituições do setor financeiro e de empregadores estratégicos por meio de recapitalização. 

Desde o anúncio da pandemia, o Banco Mundial Banco Mundial destinou mais de US$ 157 milhões para combater os impactos sociais
Banco Mundial/Simone D. McCourte
Desde o anúncio da pandemia, o Banco Mundial Banco Mundial destinou mais de US$ 157 milhões para combater os impactos sociais

Transparência 

Este apoio será fundamental para preservar empregos e facilitar a recuperação. O Banco recomenda transparência em arranjos de aquisição de ativos e empresas. 

O economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Martín Rama, diz que os governos têm agora um grande desafio de proteger vidas e e evitar o colapso da economia. 

Segundo o órgão, essa é uma ação que requer políticas coerentes numa escala rara. 

Respostas 

Desde o anúncio da pandemia, o Banco Mundial está tomando ações para apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas respostas à crise global de saúde. 

O órgão já providenciou US$ 160 bilhões pelos próximos 15 meses para assistir os países no apoio aos mais pobres, ao comércio e à recuperação econômica.