Opas: covid-19 deverá piorar antes de melhorar nas Américas
Momento atual é marcado por transmissão em grupos nos países; diretora regional pede “liderança ousada e compassiva; 100 mil equipamentos de teste foram doados a países da América Latina e Caribe; representante defende maior solidariedade regional.
A pandemia da covid-19 nas Américas vai agravar antes de melhorar como foi observado em outras partes do mundo. Até segunda-feira, a região teve 163.068 casos confirmados e 2.836 mortos.
As declarações foram feitas a jornalistas, em Washington, pela diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas. Para Carissa F. Etienne, a região enfrenta uma nova fase em que muitos países relatam a transmissão em grupos.
Desafios

Mas a também chefe regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, apontou razões para se ter esperança. Entre elas está a conexão sem precedentes entre os países e o fato de haver algum tempo para agir com medidas orquestradas para retardar a propagação do vírus e reduzir o impacto nos sistemas de saúde. A terceira razão é que os desafios da pandemia estão sendo compartilhados.
A representante destacou que os países devem atuar juntos partilhando recursos, conhecimentos e tomando decisões que aceleram o acesso aos serviços de saúde, promovam a pesquisa e a inovação além de aumentar a capacidade de lidar com a crise.
Para a Opas, fazer testes de todos os casos suspeitos é importante para se interromper a propagação do vírus e se tomar as medidas recomendadas.
No evento, o vice-chefe do braço da OMS nas Américas, Jarbas Barbosa, disse que até agora a Opas já forneceu quase 100 mil equipamentos de testes para países da América Latina e Caribe.
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De acordo com a Opas, os países precisam decidir quais e como devem ser implementadas as medidas de distanciamento social. Isso inclui o cancelamento de reuniões em massa, fechamento de escolas, empresas e sobre o trabalho a distância.
Sem evidências sólidas sobre tratamentos eficazes e nenhuma vacina disponível, a Opas aponta o distanciamento social e outras medidas como a melhor aposta para evitar efeitos mais graves da pandemia nas Américas. A representante disse que o momento exige “liderança ousada e compassiva”.
De acordo com Etienne, o que acontecer nas próximas semanas dependerá muito dos esforços e ação conjunta dos países, “mesmo que fisicamente separados”. Ela disse que a solidariedade na região nunca teve um significado mais profundo do que hoje.

Os apelos aos países é que trabalhem juntos, compartilhando recursos, conhecimentos e tomando decisões que acelerem o acesso aos serviços de saúde, promovam pesquisa e inovação e aumentem a capacidade de lidar com a covid-19.
Trocas
A solidariedade precisa ser combinada com a melhor ciência possível. Isso deve garantir que as ações sejam proporcionais à escala da pandemia. Ela disse que a ciência e a solidariedade permitirão controlar a disseminação da covid-19 nas Américas.
A diretora da Opas disse que o braço da OMS continuará facilitando trocas entre países, com base em evidências científicas que impulsionam a resposta global à doença e a solidariedade mostrada nos últimos 120 anos.
