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Modelo brasileiro de compras online inspira agência da ONU; vendas na internet levaram a crescimento de 2% no varejo total do país BR

O chefe da UIT, Houlin Zhao, afirma que manter os preços num patamar acessível facilita o serviço a usuários de baixa renda. 
Foto: ITU/G. Anderson
O chefe da UIT, Houlin Zhao, afirma que manter os preços num patamar acessível facilita o serviço a usuários de baixa renda. 

Modelo brasileiro de compras online inspira agência da ONU; vendas na internet levaram a crescimento de 2% no varejo total do país

Desenvolvimento econômico

Modelo brasileiro inspirou plataforma internacional da União Postal Universal; novo Guia de Comércio Eletrônico cita preço de smartphones e acesso à internet móvel como desafios; novas tecnologias devem alavancar varejo online.

Um novo guia sobre comércio eletrônico para operadores postais destaca que o comércio online no Brasil participa com 2% no crescimento anual das vendas no varejo no país.

A publicação apresentada esta quinta-feira pela União Postal Universal, em Genebra, coloca o Brasil no top 18 da lista liderada pela Índia com 17,8%. A seguir está a Espanha com 11,1% e a China com 11%.

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Nas estatísticas de 2019, os Estados Unidos, por exemplo mostram que 79% dos usuários de smartphones fizeram uma compra on-line com o dispositivo móvel em seis meses. Foto: ONU News/Vibhu Mishra

Modelo brasileiro

Em nível global, o Guia de Comércio Eletrônico destaca que as vendas online atingiram US$ 3,4 bilhões no ano passado. A expectativa é que estas possam alcançar US$ 4.1 bilhões este ano.

Para os próximos anos, espera-se um “crescimento sem precedentes” nas vendas do comércio eletrônico de varejo influenciado pelas novas tecnologias. A UPU aponta que as compras online são uma das atividades mais populares na internet em todo o mundo. 

A agência da ONU revela ter sido inspirada pelo modelo brasileiro para lançar o Programa UPU Easy Export. A ideia é replicar a metodologia e o modelo do programa Exporta Fácil, que depois será adaptado em outras regiões do mundo.

A plataforma B2W é hoje uma das maiores de comércio eletrônico da América Latina. Com ela, mais de 10 mil pequenas empresas brasileiras tiveram acesso aos mercados internacionais pela primeira vez entre 2002 e 2008.

Usuários

O Guia de Comércio Eletrônico da UPU destaca como a tecnologia móvel teve um “papel imenso” no crescimento do comércio móvel. Nas estatísticas de 2019, os Estados Unidos, por exemplo mostram que 79% dos usuários de smartphones fizeram uma compra on-line com o dispositivo móvel em seis meses.

O novo guia mostra a expansão dos aplicativos de telefonia móvel entre as operadoras postais em todo o mundo. Em 200 instituições de 192 países-membros da UPU, somente 16 tinham adotado aplicativos móveis em 2012. Cinco anos depois, houve um aumento de mais de 350% e espera-se um crescimento ainda maior.

Para a agência, as operadoras postais reconhecem esta tendência mas enfrentam problemas como o preço relativamente alto dos smartphones e a baixa taxa de penetração da internet móvel em algumas áreas.

A África é um exemplo desses desafios, mas “há cada vez mais aplicativos de telefonia móvel em serviços de correio para aproveitar a tendência do consumidor”.

A UPU capacita e presta assistência técnica aos correios para ajudá-los a ter sucesso no mercado de comércio eletrônico.
Foto: UPU
A UPU capacita e presta assistência técnica aos correios para ajudá-los a ter sucesso no mercado de comércio eletrônico.

Ferramentas

A publicação destaca que em outros lugares há uma forte conexão entre envios e participação no comércio eletrônico com dados atuais sobre modelos de negócios de comércio eletrônico postal, serviços e meios de entrega.

A UPU capacita e presta assistência técnica aos correios para ajudá-los a ter sucesso no mercado de comércio eletrônico. O especialista em política e inclusão digital da agência, Daniel Nieto, disse que adotando as mais recentes tecnologias móveis “os clientes estão expressando seu desejo de facilitar as compras”.

Para ele, esse sentimento vem impulsionando o crescimento das compras móveis e é uma tendência que as operadoras postais não devem ignorar. ”