Perspectiva Global Reportagens Humanas

OMS aponta Portugal como referência para prevenir obesidade nas crianças BR

Mais de 73 países já implementam impostos sobre bebidas açucaradas
© UNICEF/Pazos
Mais de 73 países já implementam impostos sobre bebidas açucaradas

OMS aponta Portugal como referência para prevenir obesidade nas crianças

Saúde

Taxa de menores com excesso de peso baixou em 7%; queda no número de crianças obesas foi de 4%; iniciativa apoiada pela agência das Nações Unidas fornece dados sobre avanços nos países europeus.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, marcou este 4 de março o Dia Mundial de Combate à Obesidade. A agência incentiva as pessoas a atingir e manter um peso saudável, buscarem tratamento e reverter a crise desta condição médica.

Em nota, Portugal é apontado como um exemplo no combate à obesidade infantil, três anos depois de ter implementado o imposto sobre bebidas açucaradas.

Em Portugal, dietas pouco saudáveis e o aumento do sedentarismo contribuem para a obesidade infantil.
Em Portugal, dietas pouco saudáveis e o aumento do sedentarismo contribuem para a obesidade infantil. Foto: ONU News/Ana Carmo

Excesso

A Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil da União Europeia e OMS, Cosi, confirmou que as taxas de pessoas que vivem com esta condição em Portugal têm reduzido de forma lenta e segura.

De acordo com a investigadora principal do Cosi em Portugal, Ana Rito, a queda no número de crianças com excesso de peso foi de 37,9% para 30,7% entre 2008 e 2016.

Já a porcentagem das crianças obesas baixou de 15,3% para 11,7%, apesar de continuar sendo um dos mais altos índices da Europa.

A iniciativa tem pesquisado o peso das crianças em idade escolar a cada dois ou três anos em mais de 40 Estados-membros do bloco europeu. Esses dados são depois partilhados com os governos da região.

Adolescentes

De acordo com a OMS, os números relacionados à obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes mais em crianças e adolescentes. Em todos os países, o problema atinge pessoas de todas as idades e grupos sociais.

A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.

Em Portugal, a combinação de dietas pouco saudáveis ​​com o aumento do sedentarismo exigiu maior atenção dos serviços de saúde pública para a obesidade infantil.

Uma das razões para se monitorar as tendências da saúde é permitir que Portugal atinja os objetivos relacionados às doenças não transmissíveis até 2030.

Problema atinge 800 milhões de crianças, metade delas no sul da Ásia.
Foto: Unicef/Roger LeMoyne
Problema atinge 800 milhões de crianças, metade delas no sul da Ásia.

Escolas

O Cosi tem avaliado indicadores como prevalência de estilos de vida saudáveis, incluindo dietas e o hábito de atividade física das crianças, assim como locais frequentados por elas, como escolas e família.

Uma das primeiras constatações é que o aumento do consumo regular de refrigerantes influenciou de forma significativa o ganho de peso ao longo do tempo. Esta situação chegou a atingir mais de 80,1% das crianças de seis a oito anos em 2016.

As principais instituições de saúde pública ajudaram a incluir a questão dos impostos sobre bebidas doces na agenda das autoridades. Esse apoio culminou com o imposto sobre bebidas açucaradas que iniciou no começo de 2017.

Bebidas açucaradas

Os resultados dessa medida incluem a redução da quantidade de açúcar em produtos e a queda de vendas destas bebidas.

No país, as dietas pouco saudáveis ​​e a obesidade estão fortemente relacionadas com fatores sociais, sendo as pessoas com baixos níveis de renda e educação as mais vulneráveis ​​a doenças crônicas.

A OMS destaca que, embora ainda haja muito por fazer, para promover comportamentos saudáveis, as medidas implementadas por Porugal são uma referência de boas práticas para conter a epidemia de obesidade infantil.