Síria vive “uma de suas piores crises” com 800 mil pessoas deslocadas BR

Escalada do conflito no noroeste do país árabe e temperaturas abaixo de zero agravam situação de civis; cerca de 80% dos forçados a fugir são mulheres e crianças.
As Nações Unidas alertaram que as populações do noroeste da Síria passam por uma das piores crises desde o início da guerra, há nove anos.
De acordo com o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, mais de 800 mil pessoas tornaram-se deslocados internos. O motivo é a intensificação da violência, bombardeios e ataques em Idlib, desde dezembro. Cerca de 80% dos sírios forçados a deixar suas casas são mulheres e crianças.
Segundo o Escritório, as agências humanitárias fazem tudo o que podem, mas estão sobrecarregadas. O Ocha voltou a pedir o fim imediato da violência.
Algumas vítimas contaram que várias crianças morreram durante a caminhada por causa do frio.
Somente esta semana, mais de 140 mil pessoas tiveram que fugir enfrentando temperaturas de até -10 graus Celsius.
Milhões de sírios foram levados a abrigos sem o devido equipamento para receber grandes grupos.
Os desafios existem também para o Programa Mundial de Alimentação, PMA, que foi obrigado a interromper a entrega de comida por causa da insegurança. Com isso, comboios com suprimentos ficaram parados na estrada.
O diretor-regional do PMA, Muhannad Hadi, disse que está preocupado com a situação das famílias. A situação provocou um deslocamento significativo para o norte, perto da fronteira entre Síria e Turquia.
Desde janeiro, a agência ofereceu alimentos pré-cozidos a mais de 300 mil deslocados.
Todos os meses, a assistência distribuída pelo PMA e parceiros chega a quase 900 mil pessoas.