Perspectiva Global Reportagens Humanas

OMS preocupada com casos de coronavírus em pacientes que não estiveram na China BR

Pessoas usam máscaras em um supermercado na cidade de Nanjing, leste da China.
ONU News/Li Zhang
Pessoas usam máscaras em um supermercado na cidade de Nanjing, leste da China.

OMS preocupada com casos de coronavírus em pacientes que não estiveram na China

Saúde

França e Reino Unido relataram incidências do tipo; chefe da agência alertou que propagação da doença respiratória pode acelerar, embora possa parecer lenta.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, descreveu os casos de infecção pelo 2019-nCoV em pessoas que não viajaram à China, como os relatados na França e no Reino Unido, como sendo possivelmente a “ponta do iceberg”.

COBERTURA ESPECIAL: CORONAVÍRUS

A OMS está enviando kits de teste, máscaras, luvas, respiradores e aventais para todas as regiões do mundo.
A OMS está enviando kits de teste, máscaras, luvas, respiradores e aventais para todas as regiões do mundo. ONU News/Jing Zhang

Falando a jornalistas, em Genebra, o chefe da agência alertou que embora a propagação da doença respiratória possa parecer lenta, essa situação pode acelerar.

Contenção

Tedros destacou que "a detecção desse pequeno número de casos pode ser a faísca que se torna um incêndio maior, mas que por enquanto é apenas uma faísca.” Ele acrescentou que o “objetivo continua sendo a contenção” e fez um apelo para que todos os países usem a janela de oportunidade que existe no momento “para evitar um incêndio maior.”

Até a manhã desta segunda-feira em Genebra, haviam sido confirmados 40.235 casos do coronavírus na China, com 909 mortes. Fora do país, foram registradas 319 ocorrências em 24 países, com uma morte.

A OMS informou que o padrão geral não mudou, com 99% das incidências da doença relatadas na China. Tedros enfatizou que a maioria dos casos é leve e que cerca de 2% deles são fatais.

Especialistas

O chefe da agência observou que muitas perguntas ainda precisam ser respondidas. Entre elas, onde o surto está crescendo e onde está melhorando, ou piorando.

Como parte das medidas para coordenar uma resposta internacional à epidemia, no domingo, a OMS enviou uma equipe avançada de especialistas internacionais em epidemiologia a Pequim, para ajudar no combate ao surto.

O grupo é liderado pelo especialista em surtos, doutor Bruce Aylward, que recentemente coordenou a resposta da agência à epidemia de ebola na África Ocidental.

De acordo com Tedros, o trabalho da equipe será "estabelecer as bases" para uma equipe internacional maior de especialistas, que deve ir para a China.

Medidas

Outras medidas da OMS incluem equipar laboratórios em cerca de 14 países com kits para "diagnosticar rapidamente" infecções, incluindo a República Democrática do Congo, o Quênia, a Tunísia e a Zâmbia.

Até o momento, a OMS identificou 168 laboratórios como tendo a tecnologia certa para identificar o coronavírus.

Especialista da OMS explica como evitar o coronavírus

Fórum

Nesta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, iniciará um Fórum Global de Pesquisa e Inovação para mobilizar ações internacionais em resposta ao novo coronavírus, o 2019-nCoV. O evento acontecerá em Genebra e encerrará  em 12 de fevereiro.

De acordo com a agência da ONU, o Fórum reunirá cientistas, agências de saúde pública, ministros da Saúde e responsáveis e financiadores de pesquisas, desenvolvimento de vacinas, terapias e diagnósticos.

Os participantes discutirão várias áreas, incluindo a identificação da fonte do vírus e o compartilhamento de amostras biológicas e sequências genéticas.

A expectativa é que a reunião leve a uma agenda de pesquisa global para o novo coronavírus, estabelecendo prioridades e estruturas que possam orientar quais projetos prioritários.